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ACM critica
ex-ministro
por declarações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA),
criticou ontem o ex-ministro José
Eduardo Andrade Vieira, ex-dono do banco Bamerindus, por
causa das declarações de que houve sobra de cerca de R$ 130 milhões no caixa da primeira campanha eleitoral do presidente Fernando Henrique Cardoso, em
1994. Para o senador do PFL, isso
é ""mentira".
O ex-ministro admitiu em entrevista à Folha que a sobra da
campanha de Fernando Henrique
Cardoso poderia estar em um paraíso fiscal, como as ilhas Cayman.
Andrade Vieira afirmou que o
ex-secretário-geral da Presidência
Eduardo Jorge Caldas Pereira assumiu as funções de Sérgio Motta,
ministro das Comunicações morto em abril de 98, cuidando inclusive das finanças pessoais do presidente da República.
Demora
""A mim estranha que só depois
de seis anos ele (Andrade Vieira)
venha a tocar nesse assunto. É lamentável. Acho que ele perde
muito a autoridade pelo tempo
(em que ficou calado). Se havia erro, ele deveria ter falado na ocasião", disse.
Apesar das críticas, o presidente
do Senado não descartou a possibilidade de Andrade Vieira ser
convidado a prestar esclarecimentos sobre suas declarações na
subcomissão do Senado encarregada de acompanhar o cumprimento das recomendações da CPI
do Judiciário.
A subcomissão já ouviu o depoimento de Eduardo Jorge, sobre as denúncias de seu suposto
envolvimento com o desvio de dinheiro público.
""Não custa nada que o ex-ministro Andrade Vieira explique",
disse ACM. ""O que acho é que o
ex-ministro não fica bem por ter
ocultado isso tanto tempo, se for
verdade, porque acho que é mentira", completou.
O requerimento pedindo que
Andrade Vieira seja convidado a
prestar esclarecimentos à subcomissão do Senado seria apresentado pelo senador Jefferson Péres
(PDT-AM).
Fantasia
O atual secretário-geral da Presidência da República, Aloysio
Nunes Ferreira, rebateu as declarações de Andrade Vieira, ao visitar exposição anti-tabagismo no
Congresso.
""Não há sobra de campanha nenhuma. É fantasia", disse Nunes
Ferreira.
O ex-dono do Bamerindus foi
ministro da Agricultura no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso.
Quando alguém comentou com
ACM que Andrade Vieira ficou
tanto tempo calado e que agora
resolveu falar porque ficou magoado com a perda do banco, o
presidente do Senado foi irônico.
""Então, quando alguém não está magoado não fala a verdade?",
perguntou.
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