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MST promete
onda de invasão
de terras no país
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
O MST deve promover
uma onda de invasões de
terras no país a partir da próxima semana, em resposta
ao que os líderes chamam de
ofensiva do governo para
"satanizar" o movimento.
Segundo Gilberto Portes,
da direção nacional, a multiplicação das invasões é "a lição de casa" que os 10.538
delegados presentes no 4º
Congresso Nacional do MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em
Brasília, vão levar para seus
Estados. O congresso termina na sexta-feira.
A idéia é pressionar o governo para desapropriar terras imediatamente a fim de
assentar as 150 mil famílias
que estão em 500 acampamentos espalhados pelo Brasil. Para ser bem-sucedido, o
MST planeja buscar reforço
humano nas cidades.
"Em São Paulo, já montamos um acampamento só
com moradores desempregados da periferia que têm
na volta à roça uma alternativa para retomar sua dignidade", disse Portes.
Gilmar Mauro, da direção
nacional, afirmou ontem
que o governo Fernando
Henrique Cardoso está tentando incriminar o MST,
vinculando o movimento às
duas questões que mais indignam a sociedade brasileira atualmente: a violência e a
corrupção.
"Querem passar para a sociedade um estigma de que o
MST é violento e que desvia
recursos públicos para manter sua luta. Isso é uma mentira, uma safadeza", disse
Mauro, referindo-se ao resultado de uma auditoria feita pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em cooperativas ligadas ao MST.
Os líderes dos sem-terra
afirmam que as cooperativas
cobram uma taxa dos assentados pela prestação de serviços. Segundo eles, o valor
da taxa varia em cada Estado, mas é bem menor que a
taxa bancária.
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