LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPB à prefeitura paulistana, Paulo Maluf, contrariando orientação de seus dirigentes de campanha, voltou a atacar a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB), com quem divide o segundo lugar na disputa em São Paulo, com 17% das intenções de votos.
Dizendo não estar interessado em "fazer filosofia ou em ser candidato de platéia", Maluf não poupou também o PT, partido da candidata Marta Suplicy, que lidera as pesquisas com 33%.
Evitar entrar em polêmica, principalmente com Erundina, foi uma recomendação dos coordenadores de campanha de Maluf, que não querem dar espaço na mídia para os adversários. A estratégia deveria ser mantida pelo menos até o início do horário eleitoral -daqui a seis dias.
Ontem, em reunião com cerca de 35 perueiros, Maluf disse que, na gestão dele como prefeito (93-96), legalizou todas as peruas.
Segundo Maluf, Erundina (89-92) apoiou apenas os "grandes tubarões das empresas de ônibus, que recebiam sem transportar".
Ele acusou a ex-prefeita ainda de "jogar no ralo do desperdício" cerca de US$ 500 milhões por ano. "Acabei com isso quando privatizei a CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo)".
Maluf disse que, se eleito, não irá tolerar "bagunças" na cidade.
"Se um perueiro petista e terrorista incendiar um ônibus, irá para a cadeia", afirmou o pepebista, para quem "toda a bagunça da cidade tem por trás a ação do PT".
"Interrupção da avenida Paulista ou invasão do Ibirapuera. Tudo o que é bagunça tem sempre o PT. Quando não é o PT, é a CUT (Central Única dos Trabalhadores) ou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)", afirmou o candidato.

"Patético"
Ivo Patarra, assessor de Luiza Erundina, afirmou que é "patético" o candidato pepebista acusar qualquer candidato de "jogar dinheiro no ralo". "É só ver o tamanho da dívida que ele deixou. Erundina jamais chamou os perueiros de clandestinos, e o único tubarão da história é ele, que vive negociando com outros tubarões", afirmou Patarra. Erundina não teve agenda pública ontem.


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