São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MEMÓRIA

Posição sobre o FMI era diferente há oito meses

DA REPORTAGEM LOCAL

Há oito meses, o PT mantinha um discurso sobre o FMI totalmente diferente do atual. No 12º Encontro Nacional do partido, realizado entre 12 e 14 de dezembro de 2001 em Recife, o PT aprovou suas "Diretrizes Econômicas", nas quais defendia "denunciar" (no jargão jurídico, romper) os contratos entre o governo e o FMI.
A alegação era clara: "As políticas de ajuste adotadas em razão dos acordos com o FMI, em vez de eliminar a propensão ao endividamento, levaram a priorizar o pagamento dos encargos financeiros da dívida pública, com o sacrifício dos investimentos em infra-estrutura, em ciência e tecnologia e dos gastos sociais do Estado".
Mas a liderança de Lula nas pesquisas e o risco de aumento da desconfiança do mercado levaram os petistas a um abrandamento do discurso. Na sua "Carta ao Povo Brasileiro", Lula sinalizava uma melhor relação com o Fundo ao afirmar que, se eleito, respeitaria contratos e metas estabelecidas.
Na campanha de 1998, Lula chamou de "crime" o acordo, pois seria "apertar mais um nó da corda no pescoço" dos brasileiros. "O FMI não existe para ajudar o país ou ajudar o povo. Existe para ajudar os credores."



Texto Anterior: Lula apóia acerto, mas teme restrições
Próximo Texto: "Aceitamos o acordo por ser inevitável"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.