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REFORMA AOS PEDAÇOS
Petista diz que não há como evitar tramitação conjunta
Governo teme pressão maior com duas reformas no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A coincidência de tramitação,
no Senado, das reformas tributária e da Previdência pode causar
prejuízo para ambas, na avaliação
do governo federal. A expectativa
dos senadores é que a tributária
-em tramitação na Câmara-
chegue à Casa na segunda quinzena de setembro. A previdenciária,
que já está no Senado, será votada
"na melhor das hipóteses" em 8
de outubro, em primeiro turno,
segundo o líder do PT e relator,
Tião Viana (AC).
"Não temos como evitar a tramitação conjunta. Isso traz preocupação. As duas juntas podem
gerar uma forma de pressão política que pode significar prejuízo
de uma e de outra", disse Viana.
No Senado, a reforma tributária
provoca mais interesse do que a
previdenciária. O receio do governo é que a reforma da Previdência
seja usada para pressionar por
mudanças na tributária.
Hoje, o presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), reunirá
os líderes partidários para "tentar
ajustar" os dois calendários.
O primeiro impasse em torno
da reforma tributária já divide
oposição e governo no Senado,
que disputam o cargo de relator.
"O governo considera que é fundamental ter sua relatoria, por ser
matéria que trata da governabilidade. Além disso, nós, junto com
o PMDB, temos maioria na CCJ",
disse Viana.
O PFL quer que o presidente da
comissão, Edison Lobão (PFL-MA) nomeie Rodolpho Tourinho
(PFL-BA), mas o governo não
aceita. O líder do PT defendeu ontem a indicação de Fernando Bezerra (PTB-RN), que, embora seja
ex-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), é da
base governista e é considerado
um aliado confiável.
O PMDB, por sua vez, também
está no páreo com o senador Romero Jucá (RR).
Como relator da reforma da
Previdência, Viana disse que pretende apresentar seu relatório na
semana que vem, desde que na
quinta-feira desta semana a CCJ
realize audiência pública sobre as
emendas propostas, com a presença do ministro Ricardo Berzoini (Previdência) e de representantes dos setores interessados.
"Essa audiência pública vai ser
um marco para a relatoria saber
como proceder em relação às
emendas [propostas de mudanças do texto]", disse Viana.
Até o início da noite de ontem,
161 emendas à reforma da Previdência haviam sido apresentadas
na CCJ. Embora prometendo examinar cada uma e conversar com
todos os senadores, o líder do PT
reafirmou que não pretende alterar o texto aprovado pela Câmara
dos Deputados.
As únicas emendas que Viana
admite acolher são as supressivas
-que propõe retirar trechos da
proposta- sem alterar o mérito.
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