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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Azeredo insinua que FHC não ajuda Alckmin na campanha
Senador tucano diz que momento é de pedir voto e não de "ficar fazendo crítica"
Ex-dirigente do PSDB afirma que carta "foi inoportuna porque vem criar cizânia" e "injusta porque eu sempre fui muito leal com o partido"
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) reagiu ontem à
carta pública de Fernando
Henrique Cardoso insinuando
que o ex-presidente não pede
votos para o presidenciável Geraldo Alckmin, que corre riscos
de perder a disputa para o presidente Lula no primeiro turno.
"O momento não é de culpa
daqui, culpa dali. O momento é
de pedir voto, não é de fazer
análise, não. O momento é de
fazer o que estou fazendo: pedindo votos no interior de Minas, mesmo sem ser candidato.
O momento não é de ficar fazendo crítica ou de ficar fazendo análise", disse Azeredo.
Ele considerou "inoportuna,
injusta e incorreta" a parte da
carta de FHC sobre o partido
ter "tapado o sol com a peneira"
diante das irregularidades descobertas na campanha de 1998,
quando Azeredo, então governador de Minas, tentava a reeleição. "A nota foi inoportuna
porque vem criar cizânia no
momento em que há necessidade de união. Ela foi injusta porque eu sou um fundador do
partido que sempre fui muito
leal com o partido. E foi incorreta porque diz que poderia ter
havido uma tentativa de tapar o
sol com a peneira quando eu
considero o contrário", disse.
Segundo Azeredo, os senadores do PSDB o defenderam porque "souberam diferenciar as
situações" ocorridas na campanha de 1998 e no escândalo do
mensalão envolvendo o PT.
"No caso da eleição de 1998 em
Minas, não teve nada a ver com
mensalão, com corrupção. Foi
uma questão de contabilidade
de campanha. Então, ele [FHC]
não foi feliz, e lamento que ele
tenha colocado dessa maneira."
Azeredo criticou FHC: "Ele
realmente nunca se pronunciou sobre essa questão. Se ele
pensava que eu deveria ter outro tipo de posição, no mínimo
ele deveria ter falado. Considero que foi injusto, inoportuno e
incorreto". A Procuradoria Geral da República e o Ministério
Público de Minas abriram investigações para apurar o caixa
dois da campanha de 1998 e a
existência de dinheiro público
na campanha de Azeredo, além
dos empréstimos de Marcos
Valério. Azeredo admite o caixa
dois, mas nega a existência de
dinheiro público na campanha.
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