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Ex-agente do SNI nega grampo ilegal
Francisco Ambrósio, que ajudou a PF na Satiagraha, refuta escutas de congressistas
Aposentado do órgão que virou Abin depôs na PF após denúncia de que também teria grampeado ministros
e autoridades do Judiciário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O agente aposentado do SNI
(Serviço Nacional de Informações) Francisco Ambrósio do
Nascimento foi ouvido pela Polícia Federal no sábado e negou
ser responsável por supostas
escutas que, segundo a revista
"IstoÉ", grampearam ilegalmente 18 senadores, 26 deputados, ministros e autoridades do
Judiciário. Ele estava em um
evento familiar fora de Brasília
quando recebeu a convocação.
Apresentou-se como uma espécie de coordenador dos agentes da Abin (Agência Brasileira
de Inteligência) que participaram da Operação Satiagraha e
disse, segundo a Folha apurou,
que a atuação da agência se resumiu a cerca de oito pessoas,
entre São Paulo, Rio e Brasília.
Sua participação foi pedida
pessoalmente pelo delegado
Protógenes Queiroz, ex-coordenador da Satiagraha, ao então diretor-adjunto da Abin José Milton Campana. Quando
da consulta, o então diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, estava em viagem. Contatado por
telefone, Lacerda assentiu.
O serviço mais comum dos
agentes era descobrir quem
morava em endereços fornecidos pela PF, o que o grupo conseguia facilmente graças aos
contatos mantidos em companhias telefônicas, de água e luz.
No Rio, foram destacados para monitorar a casa de Daniel
Dantas e a sede do Opportunity. Anotavam as placas dos
veículos que chegavam e enviavam as informações à PF, que
as triava e dava o destino desejado, já que dados colhidos pela
Abin não têm validade jurídica
para integrar inquérito. Segundo Ambrósio, a troca de informações era mínima e eles souberam pela TV que Naji Najas e
Celso Pitta eram alvos da PF.
Nélio Machado, advogado de
Daniel Dantas, disse que o fato
de Ambrósio ter admitido sua
participação na Satiagraha dá à
defesa elementos suficientes
para questionar a operação: "É
algo que estamos estudando,
mas que poderá ser feito por
meio de habeas corpus, direito
de petição ou questionamento
da competência do juiz".
Relatório parcial da Polícia
Legislativa do Senado disse que
o grampo da conversa entre o
senador Demóstenes Torres
(DEM) e o presidente do STF,
Gilmar Mendes, foi feito fora
da Casa. O laudo definitivo será
entregue após a PF concluir o
caso.
(ANDRÉA MICHAEL)
Colaborou a Sucursal do Rio
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