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Mendes sugere ter sido alvo de outras escutas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao depor ontem na Polícia
Federal, que investiga grampos ilegais envolvendo autoridades, o presidente do STF,
Gilmar Mendes, confirmou o
teor da conversa grampeada
entre ele e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Mendes disse desconfiar ter
sido alvo de outras escutas.
Relatou aos delegados responsáveis pelo caso, William
Morad e Romulo Berredo,
um acórdão de um habeas
corpus no qual ele contou a
colegas ministros, durante
uma sessão, sua suspeita.
No acórdão lido, Mendes
descreve que, em 18 de maio
de 2007, após receber pedido
de habeas corpus de um dos
envolvidos da Operação Navalha , ele conversou por telefone com o procurador-geral, Antonio Fernando Souza. "Durante o almoço, em
torno das 13h30, recebi telefonema do procurador-geral
da República a respeito da
mencionada Operação Navalha, em curso perante o Superior Tribunal da Justiça",
disse Gilmar em plenário, segundo está escrito no acórdão de 1º de abril deste ano.
"O procurador-geral informou-me sobre as circunstâncias do caso e disse-me
que a relatora, ministra Eliana Calmon, pretendia revogar as prisões tão logo [fosse]
realizada a audiência. Em face disso, observei que ele conhecia a jurisprudência do
tribunal sobre prisões preventivas", disse, indicando
que soltaria os presos antes
dos interrogatórios, como o
fez. "Logo após chegar em
São Paulo [às 14h30], recebi
telefonema da jornalista Silvana de Freitas, da Folha de
S.Paulo, que indagou sobre
detalhes da minha conversa
com o procurador-geral da
República. Além disso, a
mencionada jornalista informou-me que "fontes da Polícia Federal comentaram que
eu iria libertar todos os presos da Operação Navalha'".
"Recebi a informação de
que o ministro, como relator
de vários habeas corpus relacionados à Navalha, poderia
soltar os presos no fim de semana", disse Silvana de Freitas, hoje secretária de comunicação do Tribunal Superior Eleitoral.
(FELIPE SELIGMAN)
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