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ASSEMBLÉIA
PT terá a bancada mais numerosa, com 23 deputados; PSDB terá seis representantes a menos que na última eleição
Governador não terá maioria automática
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
A totalização dos resultados
eleitorais em São Paulo, terminada ontem à noite, indica que José
Genoino (PT) e Geraldo Alckmin
(PSDB) teriam hoje, teoricamente, dificuldades em montar uma
base de apoio estável na Assembléia -que tem 94 deputados.
Repete-se, com isso, no plano
estadual, um cenário legislativo
parecido ao que o Congresso
apresenta aos dois finalistas dos
mesmos partidos á Presidência.
As mudanças na Assembléia
são de peso. O PT substitui o
PSDB como bancada mais numerosa. Os petistas elegeram 23 deputados, nove a mais que em 1998. Por sua vez, o PSDB tem
agora 18, o que vem a ser seis a
menos que na última eleição.
Entre os outros indícios de um
reequilíbrio interno de forças, há
o fato de o PTB e o PFL, tradicionalmente ligados a Alckmin, perderem respectivamente sete e três
deputados. No atual bloco de
oposição, o PDT ganha três.
Quanto ao PT, um eventual governo Genoino também teria problemas. O PSB perde duas cadeiras. O PL, mesmo tendo disputado a eleição em São Paulo coligado a Paulo Maluf, terá na legislatura quatro deputados a menos,
numa bancada que poderia, em
tese, e se o deputado Arthur Alves
Pinto assim o aceitar, repetir localmente a coalizão que o partido
quer fazer no Congresso, em Brasília, em caso de vitória de Lula.
O fato é que a Assembléia vive
há anos -desde 1983, mais precisamente- uma situação de
maioria automática, favorável ao
governador. É possível que a "cultura interna" do Legislativo continue a favorecer acordos que não
ameacem a supremacia do Executivo no Estado. Mas desta tudo indica que não será tão fácil.
Na história republicana, a Assembléia Legislativa foi de início
uma instituição em que as elites
letradas exerciam de forma peculiar e brilhante a arte de dar palpites. Entre seus ex-presidentes, estão Peixoto Gomide, Alves Guimarães, Cerqueira César ou Luís
Pereira Barreto.
Entre 1945 e 1964, instalada no
prédio em que hoje funciona o gabinete da prefeita, ela prosseguiu
como centro de debates. Confrontos entre o então PTB e a então UDN são registrados como
exemplares em livros de história.
No final dos anos 70 ela conseguiu se associar à sociedade civil
para discutir o fim do autoritarismo. Da anistia às diretas-já, muito
da agenda democrática passou
pela Assembléia.
Paralelamente, ela cresceu durante o governo de Paulo Maluf,
em 1979, quando a oposição, fortalecida, obrigava o Executivo a
redefinir suas políticas.
A eleição de domingo proporcionou uma renovação das bancadas. O que mais chama a atenção é a derrota eleitoral de velhos
quadros partidários.
Nabi Chedid não foi reeleito, e
sem ele desaparece o único representante do PSD, partido que
cresceu nos governos Quércia e
Fleury, por abrigar próximos do
governo que, por animosidades
regionais, não cabiam no PMDB.
Wadih Helú, do PPB, não se reelegeu. Ele procurava um nono
mandato consecutivo de deputado estadual. Teve menos de 23 mil
votos. Ainda na área malufista, o
coronel Erasmo Dias não chegou
a 19 mil votos e fica com uma suplência bastante remota.
Mas outros nomes permanecem. A "bancada da segurança
pública", por exemplo, mantém
Edson Ferrarini (PTB) e Afanasio
Jazadji (PFL).
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