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SÃO PAULO
Para sindicalista do PDT derrotado no primeiro turno com 1,4%, eleição de Marta Suplicy não é boa para a cidade nem para o país
Paulinho diz ter medo do PT e dá apoio a Serra
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato a prefeito de São
Paulo do PDT derrotado no primeiro turno, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse ontem "temer o PT" e declarou apoio oficial
a José Serra (PSDB). Apesar de
agregar pouco numericamente
-teve 86.549 votos, o equivalente
a 1,4%-, o aliado terá importância estratégica na campanha.
"Nós achamos que é bom para
São Paulo e é bom para o Brasil
que o PT perca a eleição na cidade
de São Paulo. Foi essa a principal
avaliação que fizemos, porque
achamos que o PT com poder demais é muito perigoso. O PT já
tem poder demais, e nós achamos
que eles têm que perder a eleição
aqui para equilibrar esse jogo nacional", afirmou Paulinho.
O tom do discurso no anúncio
oficial de apoio ontem na sede do
PDT deu mostra de qual será a
participação de Paulinho nesta
campanha -o de crítico do PT e
dos governos petistas.
Assediado inicialmente pelo PT,
que teve como principal interlocutor o ministro-chefe da Casa
Civil, José Dirceu, Paulinho partiu
para o ataque e explicou: "É que,
se o PT vencer em São Paulo, vai
sair muito fortalecido com vistas a
2006. O que queremos é que o PT
saia enfraquecido para que volte a
negociar com a sociedade e com
as demais forças políticas".
Durante o primeiro turno, Paulinho chegou a ser acusado de ter
um acordo velado com o PSDB
para beneficiar Serra.
O candidato do PDT negou
qualquer acordo e afirmou que
não estava à venda.
Ontem mesmo o presidente nacional do PT, José Genoino, acusou Paulinho de servir de porta-voz do tucanato e cobrou contrapartida ao apoio dado pelos petistas em cidades em que o PDT disputa o segundo turno.
Paulinho e Serra negaram um
acordo firmado para ocupação de
cargos em troca do apoio. No entanto, ambos deixaram claro que
isso será tratado após a eleição.
"É possível que sim [que o PDT
ocupe cargos no governo], mas isso não entrou neste acerto de
apoio de agora", afirmou Serra.
Já Paulinho disse que a moeda
não necessariamente serão cargos. "Firmamos acordo para implantação dos centros de solidariedades e do passe-desemprego e
podemos simplesmente negocia o
controle para implantação desses
serviços com a Força."
Paulinho afirmou que ontem
mesmo gravou imagens com declarações de apoio a Serra para
seu programa eleitoral.
"Agora vou rodar o país em cidades onde estamos no segundo
turno e volto um pouco antes da
eleição para sair para as ruas junto
com Serra", disse Paulinho.
Durante a oficialização do
apoio, que contou com a participação do governador Geraldo
Alckmin, Paulinho e Serra defenderam que a composição representa a consolidação de uma frente de oposição nacional.
Cama na prefeitura
O candidato José Serra, antes de
receber o apoio oficial do PDT,
participou de uma entrevista na
Rádio Capital.
Questionado pelo radialista
Paulo Lopes se seus hábitos notívagos não atrapalhariam seu trabalho na prefeitura, Serra, em
tom bem-humorado, respondeu:
"Se precisar, levo uma cama para
a prefeitura e durmo lá".
O candidato ainda fez corpo-a-corpo na Vila Mariana, após encontro na sede do PDT.
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