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Polícia vê prova de fraude em Ribeirão
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Civil informou ontem
ter obtido provas da existência de
um esquema de fraudes no contrato de limpeza pública no segundo mandato do ministro Antonio Palocci (Fazenda) na Prefeitura de Ribeirão Preto.
O contrato de limpeza urbana
em Ribeirão pertence, desde 1999,
à Leão Leão. A empreiteira é acusada pelo seu ex-vice-presidente
Rogério Buratti, ex-assessor de
Palocci, de ter pago propina de R$
50 mil mensais a Palocci, entre
2001 e 2002, e a seu sucessor, Gilberto Maggioni (PT), até 2004.
"Temos tudo devidamente
comprovado. Com prova documental, prova testemunhal. De
2001 a 2004, houve isso com certeza absoluta", afirmou o delegado
seccional de Ribeirão, Benedito
Antonio Valencise.
As provas foram obtidas, segundo a polícia, na apreensão de documentos realizada no Daerp
(Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) em agosto
deste ano e, também, por meio de
depoimentos de funcionários do
departamento. Com esses elementos, Valencise afirma que
existia um esquema "três por um"
nos pagamentos feitos à Leão. "Se
a nota era de R$ 500, pagava-se
R$ 1.500", disse. "Eles [os funcionários ouvidos] tinham orientação para fazer isso", completou.
Segundo a Folha apurou, os
funcionários ouvidos pela polícia
apontaram a ex-superintendente
Isabel Bordini como a responsável pela determinação de fraudar
os números da limpeza.
De acordo com números do
Daerp, em 2004 a prefeitura pagava para a Leão uma média mensal
de R$ 1.073.353,80. O preço caiu
neste ano para a média de R$
656.675,76 (valor até junho) sem
alteração no serviço e ainda com
reajuste contratual de 7,12%.
Outro lado
Bordini informou, por meio de
seus advogados, que todos os atos
praticados por ela no Daerp "obedeceram rigorosamente às disposições legais então vigentes e os
princípios gerais que norteiam a
administração pública no Brasil".
A Leão afirmou que "está apurando as denúncias e atendendo
às solicitações das autoridades
competentes". "Caberá ao Poder
Judiciário pronunciar-se sobre os
fatos." O ministro da Fazenda foi
procurado ontem para comentar
o assunto, mas não respondeu.
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