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Para oposição, presidente mentiu em entrevista; governistas saem em defesa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição reagiu ontem com
ironia à entrevista do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva ao programa "Roda Viva", exibido anteontem pela TV Cultura. Lula foi
chamado de "Lulóquio"-referência à fábula do boneco de madeira mentiroso- por pefelistas e
de "comediante" por tucanos.
Saíram em defesa de Lula o ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) e o presidente do PT,
deputado Ricardo Berzoini (SP).
"Para mim, a melhor definição
do desempenho do presidente foi
feita pelo deputado Onyx Lorenzoni [PFL-RS]. De fato, Lula deveria mudar seu nome para Lulóquio", disse o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia. "O presidente se segurou no primeiro bloco do programa, mas depois
mentiu muito", afirmou.
O líder pefelista citou como
exemplo o trecho em que Lula nega que sua campanha tenha sido
financiada por caixa dois.
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini, defendeu a argumentação de Lula. "As apurações iniciais podem até ter indicado que
houve caixa dois, mas isso ainda
não foi esclarecido pelas CPIs. O
presidente Lula está certo", disse.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), fez discurso
na tribuna para criticar Lula. Para
o tucano, Lula comportou-se como um "refém" dos acusados de
implementar o esquema do
"mensalão". "Ele é rei do lugar-comum e, depois que deixar a
Presidência, terá emprego certo
como comediante", disse.
"Impressionou-me como ele
desmente a realidade com tanta
convicção. Não tem "mensalão"
nem caixa dois", ironizou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais) não chegou
a comemorar a atuação do presidente Lula no "Roda Viva", mas
tentou destacar pontos em que
Lula teria sido bem-sucedido. "O
presidente colocou a opinião dele.
Nunca vou dizer que é a palavra
final. Porque, a cada revelação,
evidentemente o presidente emitirá outra opinião", disse.
O deputado Antônio Carlos
Magalhães Neto (PFL-BA) avaliou que a atuação de Lula no programa ficou abaixo do que se espera de um presidente. "Foi lamentável. Lula não esteve à altura
de um presidente", disse.
Mais comedido, o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin,
disse que a entrevista de Lula "foi
boa na forma, mas fraca no conteúdo". "O presidente falou pouco e negou fatos que já são conhecidos."
(ADRIANO CEOLIN, LEONARDO SOUZA, HUMBERTO MEDINA e LUCIANA
CONSTANTINO)
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