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ABSOLVIÇÃO
Plenário da Câmara deve rejeitar hoje a cassação de Sandro Mabel
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A absolvição do líder do PL na
Câmara, Sandro Mabel (GO), recomendada pelo Conselho de Ética, deverá ser confirmada hoje pelo plenário. Com isso, Mabel deve
ser o primeiro envolvido no escândalo do "mensalão" a escapar
da cassação do mandato.
A votação deveria ocorrer na
próxima semana, em respeito ao
intervalo de duas sessões ordinárias entre a aprovação pelo conselho e a apreciação pelo plenário,
mas o próprio Mabel apresentou
um requerimento ao presidente
da Câmara, Aldo Rebelo (PC do
B-SP), dispensando o intervalo.
O requerimento foi aceito pelo
plenário e o parecer pela absolvição -aprovado por 14 votos a 0
pelo conselho na semana passada- deve ir a voto hoje à tarde.
Ontem, o Conselho começou o
processo de votação do relatório
que pede a cassação de outro envolvido no escândalo do "mensalão", o deputado federal Romeu
Queiroz (PTB-SP).
A sessão foi interrompida por
volta das 18h, porque uma medida provisória estava sendo votada
pelo plenário. Antes da interrupção, quatro deputados com direito a voto no conselho haviam se
manifestado sobre o parecer do
relator, Josias Quintal (PSB-RJ).
Três deles -Carlos Sampaio
(PSDB-SP), Orlando Fantazzini
(PSOL-SP) e Chico Alencar
(PSOL-RJ)- acompanharam o
voto do relator, ou seja, defendem
a cassação. Pedro Canedo (PP-GO) pede uma pena mais branda,
como suspensão.
Outros nove deputados ainda
deveriam declarar seus votos. Para que a cassação de Queiroz seja
aprovada pelo conselho, são necessários oito votos. Depois, a decisão ainda precisará ser confirmada pelo plenário da Câmara.
O petebista Nelson Marquezelli
(SP), mesmo sendo suplente no
conselho -portanto, sem direito
a voto-, apresentou voto em separado pedindo a aplicação de
advertência em vez da cassação.
Marquezelli funciona como porta-voz de Queiroz no conselho.
O suplente também apresentou
um requerimento dizendo que
uma das acusações do parecer, o
recebimento de doação eleitoral
de R$ 102 mil da Usiminas sem
contabilização, não constava da
representação inicial. O requerimento, que pedia a anulação do
parecer, foi rejeitado por unanimidade.
Queiroz é o primeiro dos deputados acusados de receber dinheiro da conta do publicitário Marcos Valério a ser julgado pelo conselho. Ele teria intermediado o repasse de R$ 350 mil do PT para o
PTB mineiro. Por isso, sua absolvição, segundo alguns deputados,
poderia abrir um precedente perigoso. "Essa é uma decisão-guia. É
um julgamento-referência. Rejeitar o voto do relator seria fornecer
um argumento fortíssimo para
futuras defesas", disse Chico
Alencar (PSOL-RJ).
(FÁBIO ZANINI E ADRIANO CEOLIN)
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