São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2005

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ABSOLVIÇÃO

Plenário da Câmara deve rejeitar hoje a cassação de Sandro Mabel

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A absolvição do líder do PL na Câmara, Sandro Mabel (GO), recomendada pelo Conselho de Ética, deverá ser confirmada hoje pelo plenário. Com isso, Mabel deve ser o primeiro envolvido no escândalo do "mensalão" a escapar da cassação do mandato.
A votação deveria ocorrer na próxima semana, em respeito ao intervalo de duas sessões ordinárias entre a aprovação pelo conselho e a apreciação pelo plenário, mas o próprio Mabel apresentou um requerimento ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), dispensando o intervalo.
O requerimento foi aceito pelo plenário e o parecer pela absolvição -aprovado por 14 votos a 0 pelo conselho na semana passada- deve ir a voto hoje à tarde.
Ontem, o Conselho começou o processo de votação do relatório que pede a cassação de outro envolvido no escândalo do "mensalão", o deputado federal Romeu Queiroz (PTB-SP).
A sessão foi interrompida por volta das 18h, porque uma medida provisória estava sendo votada pelo plenário. Antes da interrupção, quatro deputados com direito a voto no conselho haviam se manifestado sobre o parecer do relator, Josias Quintal (PSB-RJ).
Três deles -Carlos Sampaio (PSDB-SP), Orlando Fantazzini (PSOL-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ)- acompanharam o voto do relator, ou seja, defendem a cassação. Pedro Canedo (PP-GO) pede uma pena mais branda, como suspensão.
Outros nove deputados ainda deveriam declarar seus votos. Para que a cassação de Queiroz seja aprovada pelo conselho, são necessários oito votos. Depois, a decisão ainda precisará ser confirmada pelo plenário da Câmara.
O petebista Nelson Marquezelli (SP), mesmo sendo suplente no conselho -portanto, sem direito a voto-, apresentou voto em separado pedindo a aplicação de advertência em vez da cassação. Marquezelli funciona como porta-voz de Queiroz no conselho.
O suplente também apresentou um requerimento dizendo que uma das acusações do parecer, o recebimento de doação eleitoral de R$ 102 mil da Usiminas sem contabilização, não constava da representação inicial. O requerimento, que pedia a anulação do parecer, foi rejeitado por unanimidade.
Queiroz é o primeiro dos deputados acusados de receber dinheiro da conta do publicitário Marcos Valério a ser julgado pelo conselho. Ele teria intermediado o repasse de R$ 350 mil do PT para o PTB mineiro. Por isso, sua absolvição, segundo alguns deputados, poderia abrir um precedente perigoso. "Essa é uma decisão-guia. É um julgamento-referência. Rejeitar o voto do relator seria fornecer um argumento fortíssimo para futuras defesas", disse Chico Alencar (PSOL-RJ).
(FÁBIO ZANINI E ADRIANO CEOLIN)

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