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Governo quer impedir votação em comissão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo está articulando duas manobras para
impedir a aprovação do relatório da senadora Kátia
Abreu pelo fim da cobrança da CPMF na CCJ: substituir o senador Mozarildo
Cavalcanti (PTB-RR) pela
líder do PT, Ideli Salvatti
(SC), a primeira suplente
do bloco governista, e levar a votação da emenda
direto para o plenário.
O governo avalia que a
votação será apertada e
que será o voto de Pedro
Simon (PMDB-RS) que
definirá a questão na CCJ.
No caso de trocar Mozarildo, basta que Ideli comunique à Mesa Diretora
sobre a troca na comissão,
nomeando como substituta ela mesma ou um outro
suplente -depois dela, o
segundo na fila é Inácio
Arruda (PC do B-CE). Mozarildo já declarou que votará pelo fim da CPMF.
Apesar de ser a mais
simples, essa manobra é
arriscada. Parte dos líderes defenderam que a saída de Mozarildo poderia
gerar desgaste e influenciar outros votos.
A segunda alternativa
seria partir para um embate regimental com a oposição e o presidente da CCJ,
Marco Maciel (DEM-PE).
Nesse caso, qualquer integrante da base do governo
na comissão poderia argumentar que o prazo de tramitação da PEC (Proposta
de Emenda Constitucional) que trata da CPMF
excedeu o prazo de 30 dias
e, portanto, deve ser remetido ao plenário.
A partir daí, o presidente interino da Casa, Tião
Viana (PT-AC), designa
um novo relator e estabelecer cinco sessões deliberativas (aquelas que têm
votações) para discussão
em plenário da matéria.
Nos bastidores, os aliados articulam para que o
relator seja o líder do governo, Romero Jucá
(PMDB-RR). Diante dessa
possibilidade, a oposição
prepara parecer regimental argumentando que a
inclusão de audiências dilata o prazo de 30 dias.
Caso as manobras fracassem e o parecer anti-CPMF seja vencedor na
CCJ, ele vai a votação no
plenário. Restaria ao governo derrubá-lo com, no
mínimo, 49 dos 81 votos.
Se conseguisse, apresentaria voto alternativo, que
seria submetido novamente ao plenário. Na prática, não haveria prejuízo
de prazos, mas pesaria o
desgaste político da derrota na CCJ.
(SILVIO NAVARRO)
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