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ONGs pressionam Lula a manter Marina
Entidade ambientalista recolhe mais de 500 assinaturas de quem defende permanência da ministra à frente do Meio Ambiente
Nos bastidores, disputa é travada com Dilma, que defende mudanças na lei ambiental para viabilizar projetos de infra-estrutura
ANA PAULA BONI
DA REDAÇÃO
Na semana em que ficou evidenciada a queda-de-braço no
governo entre os ministérios
do Meio Ambiente e Casa Civil,
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva recebeu na última
quarta-feira uma nota de apoio
à manutenção da ministra Marina Silva no cargo. O manifesto, que já conta com 500 assinaturas de ambientalistas e representantes da sociedade civil,
foi organizado pelo Fórum Brasileiro de ONGs para o Meio
Ambiente.
O documento da entidade,
que começou a recolher nomes
no último dia 29, foi também
enviado para os ministros da
Casa Civil, Minas e Energia,
Desenvolvimento Agrário, Planejamento, Agricultura, além
do Itamaraty. Inicialmente, tinha 300 assinaturas.
Nomes como o teólogo Leonardo Boff, o deputado federal
Fernando Ferro (PT-PE), e
Elenira Mendes, presidente do
instituto que leva o nome de
seu pai, Chico Mendes, constam da lista que pede a permanência de Marina, no momento
em que, nos bastidores, é travada disputa entre ela e a ministra
Dilma Rousseff.
A chefe da Casa Civil defende
mudanças na legislação ambiental para facilitar a execução
de projetos de infra-estrutura
-o que levantou rumores de
que Marina deixaria a pasta.
No dia 25, Lula chegou a dizer, em encontro em São Paulo,
que um dos obstáculos ao desenvolvimento são as questões
ambientais. No dia 5, o vice-presidente, José Alencar, saiu
em defesa da ministra, dizendo
que ela tem "condições excepcionais de ajudar na preservação do meio ambiente, sem
prejuízos para o crescimento".
Para Márcio Santilli, um dos
coordenadores da ONG Instituto Socioambiental (ISA) e
que assina a nota de apoio, só
quem tem a perder com a saída
dela é Lula. "Marina tem funcionado como anjo da guarda
do presidente. O ISA acredita
que ele não vai cometer esse erro [de tirá-la]." Santilli explica
que, com a saída da ministra, o
ônus de problemas decorrentes
da falta de uma autoridade como ela para resolver questões
ambientais recairão sobre Lula.
Ontem, em evento em São
Paulo, Marina afirmou que o
presidente ainda não marcou
uma reunião para definir sua
continuidade na pasta.
Colaborou a Folha Online
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