São Paulo, sábado, 10 de janeiro de 1998.




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CONGRESSO
Emissora será inaugurada dia 20
TV Câmara sai por R$ 200 mil mensais

da Sucursal de Brasília

Ao inaugurar a TV Câmara, no dia 20 deste mês, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), estará cumprindo a sua segunda promessa de campanha. A primeira ele cumpriu em março passado, quando dobrou a verba de gabinete dos deputados (de R$ 10 mil para R$ 20 mil).
O custo da TV Câmara será mais modesto. Foram gastos R$ 1,3 milhão na reforma para a instalação dos estúdios e na compra de equipamentos. O funcionamento da emissora terá um custo mensal de R$ 200 mil.
Já o aumento da verba de gabinete custa R$ 5,1 milhões ao mês (ou R$ 61,2 milhões ao ano) aos cofres públicos.
Com a implantação da TV, Temer busca também mais espaço para divulgar a sua administração. Ele tem sofrido críticas pelo atrelamento ao Poder Executivo e não tem conseguido na mídia nacional o mesmo espaço ocupado pelo presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
O presidente da Câmara terá ainda de cumprir uma terceira promessa: o aumento do salário dos deputados. Isso depende da reforma administrativa, que prevê a elevação do teto salarial nos três Poderes para R$ 12,7 mil.
Se o salário dos deputados for aumentado de R$ 8.000 para R$ 12 mil, por exemplo, o aumento mensal das despesas ficará em R$ 2 milhões, sem contar o reflexo desse reajuste nos salários dos funcionários da Câmara.
As três promessas foram apresentadas em reunião com um grupo de 50 deputados, em dezembro de 1996, na casa do deputado Wigberto Tartuce (PPB-DF). Naquela reunião, Temer previu o aumento de salários.
O então líder do PMDB justificou naquela reunião a criação da TV Câmara: "A imprensa procura a notícia. E quem dá a notícia são os líderes. Precisamos de um veículo nosso".
As instalações da TV Câmara, que duraram quatro meses para serem completadas, custaram R$ 400 mil.



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