São Paulo, Segunda-feira, 10 de Janeiro de 2000


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GRAMPO NO BNDES
Delegado conclui relatório

Testemunha desiste de proteção da PF

FERNANDA DA ESCÓSSIA
da Sucursal do Rio

O ex-policial federal Célio Arêas Rocha, principal testemunha no caso do grampo nos telefones do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), desistiu da proteção da Polícia Federal.
O paradeiro de Rocha, segundo seu advogado, Nélio Andrade, é ignorado. Andrade disse que seu cliente saiu da sede da Polícia Federal no Espírito Santo, onde estava abrigado, no dia 28 ou 29 de dezembro. De acordo com o advogado, Rocha se sentia em segurança, mas não aguentou a reclusão. Ainda segundo Andrade, Rocha contou que recebia R$ 68 mensais e uma cesta básica.
"De testemunha, virou réu. Não podia ir a lugar nenhum. Ele se sentiu vítima de um estelionato, porque prometeram uma coisa e deram outra", afirmou.
Andrade disse que seu último contato com Rocha foi no dia 30 de dezembro, por telefone.
Graças ao depoimento de Rocha à Justiça Federal, a PF indiciou como executor do grampo o analista de informações da SSI (Subsecretaria de Inteligência Institucional) no Rio Temílson Antônio Barreto de Resende, o Telmo.
Rocha afirmou que Telmo o chamou para grampear os telefones do BNDES. O ex-policial federal disse que aceitou o trabalho e depois, com medo, desistiu.
A Justiça Federal determinou que Rocha fosse incluído no Programa de Proteção à Testemunha do Ministério da Justiça, mas, como ele responde a processo, ficou apenas sob proteção da PF.
O delegado da Polícia Federal Rubens Grandini, encarregado das investigações sobre o grampo do BNDES, deverá entregar hoje ao Ministério Público o relatório final do caso.
Foram indiciados, além de Telmo, o detetive particular Adílson de Matos, o funcionário da SSI Gercy Firmino e o ex-coordenador da SSI no Rio, João Guilherme Almeida. A investigação começou em novembro de 1998.


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