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GOVERNO LULA
Petistas não abrem mão de presidência da Assembléia Legislativa
PT paulista veta acordo de apoio mútuo com Alckmin
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo
transformou-se no maior entrave
para que a direção nacional do
partido sele com o governador
Geraldo Alckmin (PSDB) um
acordo segundo o qual os tucanos
paulistas apoiariam o deputado
petista João Paulo Cunha na disputa pela presidência da Câmara.
O líder do PT na Assembléia,
deputado Carlinhos Almeida,
marcou para o próximo dia 20
uma reunião com a bancada do
partido no qual promete apresentar um nome petista para concorrer à presidência da Casa.
A exemplo do que ocorre na Câmara dos Deputados, por ter a
maior bancada do Legislativo
paulista, o PT afirma ter o direito
de ficar com a presidência.
Os tucanos, de seu lado, têm a
maior bancada de composição
-com o apoio do PFL- e dizem
que o partido só apoiará em bloco
João Paulo se ficar com a presidência do Legislativo paulista e
com o controle das principais comissões da Casa.
A meta do PSDB é ter o controle
sobre pelo menos cinco comissões na Assembléia -constituição e justiça, planejamento, finanças, habitação e agricultura-
consideradas fundamentais para
o perfil empreendedor que Alckmin pretende dar a seu governo
no Estado.
Pela proposta tucana, os petistas manteriam o direito de escolher o primeiro secretário, cargo
hoje ocupado pelo deputado estadual Hamilton Pereira.
O PT paulista não aceita e diz
que não deixará os tucanos montarem um rolo compressor na Casa, o que fortaleceria o projeto do
PSDB paulista de lançar Alckmin
como pré-candidato à sucessão
de Luiz Inácio Lula da Silva.
Há resistências do PT também
quanto ao nome que seria da preferência do governador para presidir a Assembléia, o do deputado
Edson Aparecido, presidente estadual do PSDB.
"As negociações das presidências da Assembléia e da Câmara
são coisas separadas, não devem
ter um tratamento conjuntural",
disse Almeida, um dos nomes
mais cotados no partido para ser
o candidato a presidente.
Em Minas Gerais, o governador
Aécio Neves (PSDB) praticamente acertou com os deputados federais tucanos o apoio à candidatura de João Paulo Cunha. Em troca,
o PT, que também tem a maior
bancada no Legislativo do Estado,
deixará a presidência da Assembléia nas mãos dos tucanos.
Divisão
O PSDB paulista tem 11 deputados federais e também parece estar dividido quanto à proposta do
governador. "São Paulo é uma
coisa, Brasília, outra. Acho que a
presidência da Câmara vai ficar
com o PT, mas não sei se é possível condicionar os apoios", disse a
deputada federal eleita Zulaiê Cobra (PSDB-SP), que defende uma
postura forte de oposição a Lula.
A eleição para presidência da
Assembléia de São Paulo será no
dia 15 de março. O PT elegeu 23
deputados estaduais, cinco a mais
que os tucanos.
O interlocutor do PT nas negociações é o próprio presidente do
partido, José Genoino, que tem se
encontrado com o governador
paulista para costurar o acordo.
Hoje, João Paulo Cunha estará em
São Paulo e também poderá se
reunir com Geraldo Alckmin ou
com o secretário da Casa Civil,
Arnaldo Madeira.
Para aproximar o PSDB paulista
do PT na Câmara, Alckmin também quer um compromisso dos
petistas de que não farão uma
oposição radical a seu governo,
como ocorreu no último mandato. "Vamos trabalhar do mesmo
jeito. Não vejo motivos para amenizar", disse Almeida.
O governador quer, por exemplo, apoio do PT à reforma da previdência estadual.
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