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Sem definir metas, nova equipe da
reforma agrária quer mais diálogo
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
SÉRGIO DURAN
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
Sem meta definida para novos
assentamentos de sem-terra, a
nova equipe do Ministério do Desenvolvimento Agrário decidiu
apostar no diálogo, coisa que afirma ter faltado no governo Fernando Henrique Cardoso. Ênfase
no diálogo com os movimentos
sociais e na agricultura familiar
marcaram os discursos da apresentação dos colaboradores do
ministro Miguel Rossetto.
Com a presença maciça dos movimentos sociais, capitaneados
por MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Contag (Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura),
CPT (Comissão Pastoral da Terra) e Liga Campesina, Rossetto
apresentou o novo presidente do
Incra, Marcelo Resende.
A primeira versão do programa
de governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva na campanha
previa assentamento de 500 mil
famílias em quatro anos. No texto
final, os números foram retirados,
e ainda não há nova meta.
Em seu discurso, Resende, ligado à CPT, disse que é possível
cumprir o "compromisso político" do governo com a reforma
agrária "com respeito à propriedade rural que cumpre a função
social". Rossetto, com boas relações com o MST, anunciou que
agora o Incra será o único responsável pela reforma agrária.
A Secretaria da Reforma Agrária se transformou em Reestruturação Fundiária e terá como foco
políticas alternativas de acesso à
terra, como crédito bancário, sob
o comando de Eugênio Peixoto,
indicado pela Contag.
Outra novidade é a Secretaria de
Desenvolvimento Territorial, que
tenta priorizar políticas regionais
de desenvolvimento. O titular será José Humberto Oliveira -indicação da Contag. Também foram apresentados Valter Bianchini (secretário de Agricultura Familiar) e Carlos Mario Guedes
(assessor especial do ministro).
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