São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

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PAINEL

Quando um não quer....
De FHC, sobre uma audiência com Itamar Franco (MG), que está sendo articulada por ministros do PMDB: "Eu não convido. Se quiser, ele que peça".
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...dois não brigam
De Itamar Franco, sobre a audiência com FHC: "Eu não peço. Se quiser, ele que convide". O PMDB, partido de Itamar, porém, acha que quem deve tomar a iniciativa é o governador mineiro. Questão de hierarquia.
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Perdeu a fleuma
Até a interlocutores com quem não tem muita intimidade, FHC disse palavrões, o que não é de seu feitio, ao se referir aos autores da moratória de Minas.
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Arejando o Planalto
Depois de Lula, FHC pode conversar também com Ciro Gomes (PPS). É uma articulação tucana. O PSDB quer ampliar a interlocução do presidente além dos horizontes de PFL e PMDB.
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Pendurado ao telefone
Consultor-geral da República no governo Itamar Franco e amigo do ex-presidente, José de Castro Ferreira também tem atuado como bombeiro entre o governador mineiro e FHC.
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Caiu a ficha
Maldade que circula no Planalto diz que Itamar Franco, ao ver a repercussão internacional causada pela moratória mineira, exclamou: "Uai, sô. Então é isso que é a tal da globalização!"

Uma ala bate...
De um tucano paulista sobre a ida de Emílio Carazzai para Caixa: "Devagar e quieto, Marco Maciel, que já tinha a Receita Federal, vai ampliando seu espaço. Daqui a pouco, vai estar mais forte do que o Pedro Malan".
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...a outra assopra
Do presidente do PSDB, Teotonio Vilela Filho (AL), sobre a indicação de Emílio Carazzai para a Caixa: "É um sujeito sério e competente. Tem uma certa carga de preconceito contra o Nordeste nas reações a seu nome".
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Não dá espaço
Novo inquilino do Planalto, José Botafogo esbarrou em Clóvis Carvalho ao tentar aumentar a estrutura da Câmara de Comércio Exterior. Além disso, herdará funcionários deixados por José Roberto Mendonça de Barros.
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Para registro
A primeira reunião ministerial do 2º mandato de FHC foi também a primeira, na história da República, de que participou um secretário da área de direitos humanos (José Gregori).

Problema recorrente
Caciques tucanos avaliam que FHC perdeu a primeira batalha de comunicação contra Itamar. A resposta dura, com ameaça de bloqueio das transferências da União para o Estado, pôs o governador mineiro como vítima. A posição preferida de Itamar.
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Aluno fiel
Aluno de Celso Lafer quando estudava direito, o advogado Bolívar Moura Rocha é cotado para a secretaria-executiva do Ministério do Desenvolvimento.

Base de apoio
O ministro Celso Lafer (Desenvolvimento) está procurando nomes na CNI (Confederação Nacional da Indústria) para o ministério. O chefe da assessoria econômica José Guilherme de Almeida dos Reis foi sondado para a área de comércio exterior.

Time da Magda
Padilha (Transportes) deve ter adorado a ida de Greca (Esportes e Turismo) para o governo. O peemedebista, que declarou que Pelé e asfalto são os únicos pretos de que o brasileiro gosta, vai se dar bem com o pefelista, que vê "caráter lírico" na miséria.

Peça fictícia
O ex-governador Valdir Raupp (PMDB), de Rondônia, entregou ao TRE uma prestação de contas fictícia, segundo a Procuradoria da República. Candidato derrotado à reeleição, deixou dúvida sobre a origem de R$ 1,3 milhão gastos na campanha.
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Conta que não fecha
O pior para Raupp: duas empreiteiras listadas como grandes doadoras (a Ensa e Análise) estão negando que tenham repassado um centavo sequer para a campanha. Os procuradores acham que esse dinheiro (R$ 1,3 milhão) pode ter origem ilegal.
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TIROTEIO

Do presidente do PMDB, Jader Barbalho (PA), sobre a queda-de-braço entre FHC e Itamar Franco por causa da moratória de Minas:
- Eles precisam se entender logo. Não está em jogo um assunto de natureza pessoal, mas de interesse público.

CONTRAPONTO

Dormindo com o inimigo
Escondido em São Paulo e alegando falta de dinheiro para viajar a Maceió, o pistoleiro Maurício Novaes, o "Chapéu de Couro", avisou à Polícia Federal que estava disposto a depor sobre a morte da deputada Ceci Cunha (PSDB), desde que alguém se deslocasse até a capital paulista.
O delegado Gustavo Ferraz Gominho encontrou o pistoleiro, na última semana do ano passado, como combinado.
Em um hotel do centro da cidade, Gominho recebeu a visita de "Chapéu de Couro". Lá mesmo, no seu quarto, o policial gravou, em vídeo, um depoimento que durou cerca de seis horas.
Como ficou tarde da noite e seria inconveniente o pistoleiro voltar para o "esconderijo" na periferia, o delegado resolveu fazer uma gentileza:
-Por que você não dorme aqui mesmo?
"Chapéu de Couro" topou. Desconfiados, não pregaram o olho a noite inteira. Só fingiram que dormiam sossegadamente.



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