HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Uma menina índia de três anos e 11 meses de idade morreu de desnutrição, segundo atestado de óbito, anteontem em Dourados (219 km de Campo Grande). É o segundo caso neste ano. No dia 11 de janeiro, morreu um bebê indígena de apenas oito meses.
Em 2004, a desnutrição matou 15 índios menores de cinco anos nas aldeias de Mato Grosso do Sul, segundo a Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Em janeiro, a Folha informou que a mortalidade infantil entre os índios de Mato Grosso do Sul aumentou 25% em 2004 e chegou a 60 por mil nascidos vivos enquanto a média da população brasileira, segundo o Ministério de Saúde, é 24 por mil.
O Centro de Recuperação de Desnutridos, mantido em Dourados pela Missão Evangélica Caiuá, estava ontem com 34 crianças.
Para um projeto de combate à desnutrição e fortalecimento da agricultura nas aldeias, a Funai (Fundação Nacional do Índio) pediu R$ 3,5 milhões ao G8 formado pelos países mais ricos do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá) e a Rússia.
O Ministério do Desenvolvimento Social mantém um Fome Zero Indígena nas aldeias de Mato Grosso do Sul. O governo do Estado recebeu R$ 5 milhões, de agosto a novembro de 2003, mas ainda falta aplicar no projeto R$ 1 milhão, verba que está parada.
O governo estadual informou que destinará mais 1.200 cestas do programa Fome Zero às aldeias por mês, além das 1.782 que são entregues atualmente.
O Ministério do Desenvolvimento Social decidiu começar por Mato Grosso do Sul a inclusão de índios no Bolsa-Família devido à morte por desnutrição registrada em crianças no Estado.
Com isso, famílias indígenas da região de Dourados passarão a ser beneficiadas com a transferência mensal de recursos. Os detalhes de como o programa funcionará serão anunciados hoje.

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