São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PTB, PL e PP forçam João Paulo a adiar urgência da reforma política

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A intenção de votar ainda neste ano uma reforma política na Câmara dos Deputados foi inviabilizada ontem. Rebelião composta pelos governistas PTB, PP e PL forçou o principal estimulador da proposta, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), a recuar e desistir de patrocinar a tramitação em urgência.
Entusiasta das modificações políticas, partidárias e eleitorais em discussão na Câmara, João Paulo anunciou antes do Carnaval sua disposição de tratar a reforma como prioridade em resposta ao caso do ex-assessor parlamentar da Presidência Waldomiro Diniz.
Os principais pontos da reforma são o financiamento público da campanha, que vetaria o financiamento privado, e a votação, para deputados e vereadores, em listas fechadas elaboradas pelos partidos, o que acabaria com a votação em candidatos isolados.
João Paulo reuniu os líderes partidários na semana passada e conseguiu a assinatura dos principais partidos do governo e da oposição para colocar o projeto em regime de urgência. O problema foi a oposição firme de PTB, PP e PL, que contam com 151 dos 513 deputados da Casa.
Ontem, os presidentes e líderes de bancada destes três partidos se reuniram na casa do deputado Waldemar Costa Neto (SP), presidente nacional do PL, e armaram o contragolpe. "Ou a gente reage, ou seremos engolidos. (...) O Waldomiro erra e o povo é quem paga?", questionou o deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente do PTB. Os três partidos apoiam apenas novas regras para estimular a fidelidade partidária.
A união da oposição com os três partidos governistas inviabilizaria qualquer votação de interesse do governo, o que levou João Paulo a abrir mão de vez da urgência. (RANIER BRAGON E FERNANDA KRAKOVICS)

Texto Anterior: Filha diz que Waldomiro é injustiçado
Próximo Texto: Relatório deve ser entregue dentro do prazo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.