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PTB, PL e PP forçam João Paulo a
adiar urgência da reforma política
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A intenção de votar ainda neste
ano uma reforma política na Câmara dos Deputados foi inviabilizada ontem. Rebelião composta
pelos governistas PTB, PP e PL
forçou o principal estimulador da
proposta, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), a
recuar e desistir de patrocinar a
tramitação em urgência.
Entusiasta das modificações políticas, partidárias e eleitorais em
discussão na Câmara, João Paulo
anunciou antes do Carnaval sua
disposição de tratar a reforma como prioridade em resposta ao caso do ex-assessor parlamentar da
Presidência Waldomiro Diniz.
Os principais pontos da reforma são o financiamento público
da campanha, que vetaria o financiamento privado, e a votação, para deputados e vereadores, em listas fechadas elaboradas pelos partidos, o que acabaria com a votação em candidatos isolados.
João Paulo reuniu os líderes
partidários na semana passada e
conseguiu a assinatura dos principais partidos do governo e da
oposição para colocar o projeto
em regime de urgência. O problema foi a oposição firme de PTB,
PP e PL, que contam com 151 dos
513 deputados da Casa.
Ontem, os presidentes e líderes
de bancada destes três partidos se
reuniram na casa do deputado
Waldemar Costa Neto (SP), presidente nacional do PL, e armaram
o contragolpe. "Ou a gente reage,
ou seremos engolidos. (...) O Waldomiro erra e o povo é quem paga?", questionou o deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente
do PTB. Os três partidos apoiam
apenas novas regras para estimular a fidelidade partidária.
A união da oposição com os três
partidos governistas inviabilizaria
qualquer votação de interesse do
governo, o que levou João Paulo a
abrir mão de vez da urgência.
(RANIER BRAGON E FERNANDA KRAKOVICS)
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