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Tribunal vai analisar cassação de chapa de Roriz e Gim Argello
Acusação é de que houve propaganda irregular na campanha de 2006, quando ambos concorriam ao Senado; eles negam
Se forem condenados pelo TSE, Roriz será multado e Argello perderá mandato, o que prejudicaria intenção de disputarem o governo do DF
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro responsável por
colocar o governador José Roberto Arruda (sem partido) na
prisão pode agora definir o futuro político de três nomes cotados para disputar o governo
do Distrito Federal.
Desde anteontem, está nas
mãos de Fernando Gonçalves,
pronto para ser relatado no
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), recurso que pede a cassação da chapa que venceu a disputa ao Senado em 2006, composta pelo ex-governador Joaquim Roriz (PSC) e pelo senador Gim Argello (PTB).
Gonçalves deve levar o caso
para a corte votar até abril,
quando se aposenta.
Se a maioria dos sete ministros do TSE entender que a Lei
Eleitoral foi desrespeitada, Roriz será apenas multado porque
renunciou, em 2007, ao Senado
e Argello, que era seu primeiro
suplente, perderá o mandato.
O maior golpe seria político.
Uma condenação neste momento prejudica os planos de
ambos de disputar o governo
do DF. A decisão do TSE pode
dar o mandato ao segundo colocado, Agnelo Queiroz, que trocou o PC do B pelo PT para concorrer ao Palácio do Buriti.
Os três estão de olho no vácuo de poder deixado por Arruda, preso em fevereiro e suspeito de comandar esquema de coleta e distribuição de propina.
"Não tem meio termo nem
sanção branda. É multa e cassação ou absolvição", afirma Herman Barbosa, um dos defensores de Roriz e Argello. O advogado não acredita em sanção
porque, segundo ele, "o caso é
muito singelo". Ele nega a acusação de propaganda irregular.
No entanto, o Ministério Público Federal já deu parecer favorável à cassação da chapa. Está convencido de que houve uso
indevido da máquina pública e
da publicidade institucional do
governo do DF em 2006, quando Roriz deixou o governo para
disputar o Senado.
Durante a campanha, a companhia de saneamento do DF
fez propaganda para anunciar a
mudança do telefone de atendimento ao consumidor. Todavia, a alteração do 195 para 115
havia ocorrido dois anos antes
e, na publicidade, foi usada uma
urna eletrônica estilizada evidenciando os números 151 em
sequência, o mesmo de Roriz.
Em parecer de outubro passado, a vice-procuradora-geral
eleitoral, Sandra Cureau, afirmou: "O abuso de poder deve
ser reconhecido, pois houve
utilização de bens móveis e
imóveis da administração indireta do Distrito Federal em benefício do candidato".
Na sexta-feira, em novo parecer, a Procuradoria rejeitou o
último pedido da chapa para
que o processo voltasse ao Tribunal Regional Eleitoral do DF
que, em 2006, protagonizou
polêmico julgamento do caso.
Na ocasião, um pedido de vista suspendeu a primeira sessão
no TRE e um juiz mudou o voto
ao longo do julgamento que
acabou assegurando a Roriz o
mandato de senador. O PC do
B, partido do segundo colocado
à época, recorreu no TSE.
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