JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Catadores de papel são os novos vizinhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que despacha desde a semana passada no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil). A 1,5 km do local, uma comunidade de cerca de 50 pessoas, vindas sobretudo da Bahia, vive em barracos de madeira e lona numa área de mata chamada pelos catadores de "o cerrado": entre árvores retorcidas, montanhas de plástico e papel, carcaças de carros queimadas e cavalos.
Antônio dos Santos, 38, diz que já cruzou com o carro do presidente e teve que desviar a carroça. Segundo ele, nada mudou com a chegada do vizinho, de quem é defensor. "Para ajudar o pobre mais que ele não tem outro."
O catador diz que vota em quem Lula indicar, mesmo que seja na desconhecida para ele Dilma Rousseff. "Se ela fizer o que ele faz, tá bom."
Quem mora no barraco ao lado tem opinião diferente. Daiane da Silva, 22, não quer nem saber do vizinho. "Eu não gosto dele, não vi nenhuma diferença no que ele fez."
Beneficiada do Bolsa Família, ela diz que não votou em Lula e nem votará em Dilma. "Meu voto é do [Joaquim] Roriz", ex-governador do Distrito Federal.


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