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Ex-funcionário da Sudene não vê falta de ética
ERILENE ARAÚJO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O último superintendente da
Sudene, Wagner Bittencourt, disse ontem que não considera antiético assumir o comando da autarquia que vai liberar R$ 198 milhões para a CFN (Companhia
Ferroviária Nacional), empresa
privada que ele dirigiu por dois
anos e meio.
Em entrevista, Bittencourt afirmou que "não foi falta de ética
aceitar o convite, pois quando assumiu a superintendência da Sudene não existia impedimento legal" à sua nomeação.
Bittencourt presidiu a CFN até a
véspera de assumir a superintendência da Sudene, em 26 de maio
de 2000.
No período em que esteve à
frente da empresa, ele conseguiu
que a Sudene aprovasse um projeto que prevê o repasse de R$ 198
milhões do Finor (Fundo de Investimentos do Nordeste) para a
construção da ferrovia Transnordestina. Na época, o superintendente da autarquia era Marcos
Formiga.
A nova legislação federal para a
Adene (Agência de Desenvolvimento do Nordeste), que substituirá a Sudene, não permite que se
repita uma nomeação como a de
Bittencourt.
Segundo a medida provisória
2.145, que extinguiu a Sudene, nenhuma pessoa que tenha dirigido,
nos 12 meses anteriores à indicação, uma empresa beneficiada
por recursos da autarquia poderá
comandar a Adene.
Bittencourt disse que a Adene
não existe formalmente e que a
MP 2.145 não o impede de assumir o cargo de secretário especial
do Ministério da Integração Nacional, função na qual responde
provisoriamente pelas atribuições
da Sudene até a regulamentação
da Adene. Para ele, não existe nenhum escândalo no fato de a extinta Sudene ter aprovado um
projeto no valor de R$ 198 milhões para a CFN. "Não pode haver rombo se ainda não saiu um
tostão para a CFN", disse.
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