São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2001

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Ex-funcionário da Sudene não vê falta de ética

ERILENE ARAÚJO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O último superintendente da Sudene, Wagner Bittencourt, disse ontem que não considera antiético assumir o comando da autarquia que vai liberar R$ 198 milhões para a CFN (Companhia Ferroviária Nacional), empresa privada que ele dirigiu por dois anos e meio.
Em entrevista, Bittencourt afirmou que "não foi falta de ética aceitar o convite, pois quando assumiu a superintendência da Sudene não existia impedimento legal" à sua nomeação.
Bittencourt presidiu a CFN até a véspera de assumir a superintendência da Sudene, em 26 de maio de 2000.
No período em que esteve à frente da empresa, ele conseguiu que a Sudene aprovasse um projeto que prevê o repasse de R$ 198 milhões do Finor (Fundo de Investimentos do Nordeste) para a construção da ferrovia Transnordestina. Na época, o superintendente da autarquia era Marcos Formiga.
A nova legislação federal para a Adene (Agência de Desenvolvimento do Nordeste), que substituirá a Sudene, não permite que se repita uma nomeação como a de Bittencourt.
Segundo a medida provisória 2.145, que extinguiu a Sudene, nenhuma pessoa que tenha dirigido, nos 12 meses anteriores à indicação, uma empresa beneficiada por recursos da autarquia poderá comandar a Adene.
Bittencourt disse que a Adene não existe formalmente e que a MP 2.145 não o impede de assumir o cargo de secretário especial do Ministério da Integração Nacional, função na qual responde provisoriamente pelas atribuições da Sudene até a regulamentação da Adene. Para ele, não existe nenhum escândalo no fato de a extinta Sudene ter aprovado um projeto no valor de R$ 198 milhões para a CFN. "Não pode haver rombo se ainda não saiu um tostão para a CFN", disse.


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