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MÍDIA
Debate avalia jornalismo impresso e na internet
Seminário faz reflexão sobre a rapidez e a densidade da notícia
DA REPORTAGEM LOCAL
A relação entre a densidade e a
rapidez da notícia foi o tema que
dominou o debate no seminário
sobre "Jornalismo Econômico",
realizado anteontem no Centro
Universitário Alcântara Machado. O evento integra as atividades
da Cátedra Octavio Frias de Oliveira, criada em homenagem ao
publisher da Folha.
Gustavo Franco, ex-presidente
do Banco Central, deu o mote na
fala inaugural. "O ritmo afeta o
conteúdo", resumiu. Para ele, a
velocidade da transmissão da notícia é capaz de mudar o valor dos
ativos no mercado. Mas não uma
notícia qualquer. "Só valem notícias sobre o futuro, porque o passado está no preço", afirmou.
Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES,
falou como publisher do site Primeira Leitura. Fez a apologia do
jornal eletrônico. "É rápido, barato e você monta como quiser."
Segundo Mendonça, a internet
criou o "jornalista-computador",
uma imagem para se referir à disponibilidade imediata das informações. A nova realidade coloca
o jornalista sob pressão. "Como
concorrer com o que é mais barato, tem mais fontes, trabalha 24
horas por dia e não namora?"
Ele responde: "Buscando informações que complementem a notícia, dedicando-se à análise que
agregue valor aos dados, distinguindo o que é relevante".
Celso Pinto, diretor de Redação
do jornal "Valor Econômico", ao
discordar do diagnóstico sobre a
nova mídia, enfatizou a importância da publicação impressa. "O
jornal serve para organizar esse
mundo de informações on-line."
Para ele, na internet há espaço
para tudo. "Ao lado da notícia
boa, tem notícia inventada, mal
apurada, errada e enviesada",
afirmou. O jornalista acha revelador que na internet não haja a cobrança do leitor, como nos grandes jornais. É como se não esperasse credibilidade dessa mídia.
Celso Pinto também disse que a
internet não muda a essência do
jornalismo, que deveria ter por
trás a noção do serviço público.
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