São Paulo, sexta-feira, 10 de maio de 2002

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MÍDIA

Debate avalia jornalismo impresso e na internet

Seminário faz reflexão sobre a rapidez e a densidade da notícia

DA REPORTAGEM LOCAL

A relação entre a densidade e a rapidez da notícia foi o tema que dominou o debate no seminário sobre "Jornalismo Econômico", realizado anteontem no Centro Universitário Alcântara Machado. O evento integra as atividades da Cátedra Octavio Frias de Oliveira, criada em homenagem ao publisher da Folha.
Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, deu o mote na fala inaugural. "O ritmo afeta o conteúdo", resumiu. Para ele, a velocidade da transmissão da notícia é capaz de mudar o valor dos ativos no mercado. Mas não uma notícia qualquer. "Só valem notícias sobre o futuro, porque o passado está no preço", afirmou.
Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, falou como publisher do site Primeira Leitura. Fez a apologia do jornal eletrônico. "É rápido, barato e você monta como quiser."
Segundo Mendonça, a internet criou o "jornalista-computador", uma imagem para se referir à disponibilidade imediata das informações. A nova realidade coloca o jornalista sob pressão. "Como concorrer com o que é mais barato, tem mais fontes, trabalha 24 horas por dia e não namora?"
Ele responde: "Buscando informações que complementem a notícia, dedicando-se à análise que agregue valor aos dados, distinguindo o que é relevante".
Celso Pinto, diretor de Redação do jornal "Valor Econômico", ao discordar do diagnóstico sobre a nova mídia, enfatizou a importância da publicação impressa. "O jornal serve para organizar esse mundo de informações on-line."
Para ele, na internet há espaço para tudo. "Ao lado da notícia boa, tem notícia inventada, mal apurada, errada e enviesada", afirmou. O jornalista acha revelador que na internet não haja a cobrança do leitor, como nos grandes jornais. É como se não esperasse credibilidade dessa mídia.
Celso Pinto também disse que a internet não muda a essência do jornalismo, que deveria ter por trás a noção do serviço público.



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