São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2004

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PAINEL

Olho no termômetro
Paulo Maluf está mais preocupado do que aparenta nas entrevistas com a nova fornada de reportagens a respeito de seu patrimônio. Em privado, anda pedindo opiniões sobre o impacto das revelações na saúde de sua candidatura a prefeito.

Ventilador ligado
À sombra dos malufistas, o petismo tentará creditar a José Serra o infortúnio do ex-prefeito. Não quer nem imaginar uma campanha sem Maluf como elemento facilitador da reeleição de Marta Suplicy.

Cartas na mão 1
Participante da mesa de negociação tucana diz que José Serra não coloca a solução de sua dívida da campanha de 2002 como pré-requisito para aceitar ser candidato neste ano.

Cartas na mão 2
O mesmo tucano rejeita a idéia de que Serra só aceitará concorrer se tiver garantida, em caso de derrota, a legenda para disputar o governo estadual em 2006. Argumento: mesmo se perder, o ex-ministro seria o candidato natural ao Bandeirantes.

Pedra no sapato
Do pré-candidato a prefeito José Pinotti (PFL) sobre a má-vontade de tucanos diante de seu nome como possível vice de Serra: "Acho que incomodo porque tenho três vezes mais intenções de voto nas pesquisas do que muitos que estão aí".

Esperando Godot
Aliados de Marta no governo federal estão furiosos com o Ministério das Cidades. Enxergam ali, parado, dinheiro que deveria estar irrigando o canteiro de obras em São Paulo.

Gato e rato
A prefeitura paulistana não é a única insatisfeita com o ministério. Contenção orçamentária à parte, os descontentes atribuem a paralisia ao crônico desentendimento entre a secretária-executiva, Ermínia Maricato, e a secretária nacional de Programas Urbanos, Raquel Rolnik.

Sete vidas
Com a queda anunciada seguidas vezes por adversários, o secretário-adjunto Marcus Flora não apenas continua na Secom como despachou na sexta com Lula no lugar do chefe, o ministro Luiz Gushiken.

Saco sem fundo
No primeiro trimestre, a Câmara gastou com verbas indenizatórias mais da metade do valor empregado no pagamento dos salários dos 513 deputados. Foram R$ 12,9 milhões contra R$ 21,3 milhões referentes aos salários de janeiro a março.

Auxílio-eleição
A verba indenizatória cobre despesas dos parlamentares nos Estados. Como combustível respondeu pela maior parte dos gastos do trimestre, suspeita-se que a verba esteja servindo para atividades de pré-campanha.

Linha cruzada
Lúcio Alcântara (CE) arrependeu-se de ter aceitado coordenar o grupo de governadores formado há duas semanas. O tucano passa o dia ao telefone com colegas ávidos por saber se Lula já atendeu reivindicações.

Inimigo íntimo
O vereador Sérgio Carneiro (PT) assumiu a coordenação da campanha de Nelson Pellegrino à Prefeitura de Salvador. O parlamentar é irmão de João Henrique (PDT), líder nas pesquisas.

Malhação
O PSDB e o PMDB discutem o apoio já no primeiro turno a João Henrique. Seria uma maneira de dar musculatura política ao pedetista para torná-lo opção real ao PT e ao carlismo.

Gol de honra
O PTB fechou a porta para os tucanos em São Bernardo e Osasco, onde irá com PT em outubro. Mas abriu uma janela em Santo André, onde Milton Brandão terá o apoio dos petebistas.

TIROTEIO

Do deputado petista José Mentor (SP) sobre reportagem do "New York Times" segundo a qual Lula consumiria álcool em excesso:
-É um texto mentiroso, mas gostaria de saber se, para analisar a guerra do Iraque, o jornal usaria bafômetro ou psiquiatra.

CONTRAPONTO

Dúvida cruel

Durante um intervalo da reunião de governadores realizada há exatas duas semanas em Brasília, Geraldo Alckmin encontrou tempo para almoçar com um grupo de jornalistas.
Ao longo da refeição, foi pressionado pelos convivas a confirmar que, na hipótese de José Serra não aceitar mesmo concorrer, Saulo de Castro Abreu Filho é o nome de sua preferência para disputar a Prefeitura de São Paulo pelo PSDB.
O governador foi escorregadio o tempo todo. No máximo, permitiu-se um movimento de corpo interpretado por alguns dos presentes como de "meio assentimento" de sua inclinação pelo secretário da Segurança.
Para encerrar o assunto, o tucano contou que o ex-ministro Severo Gomes, quando chamado a almoçar com repórteres, sempre perguntava:
-Está me convidando como jornalista ou como ser humano?


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