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SISTEMA FINANCEIRO
Dos 8 membros ouvidos, 5 são contra depoimento e 4, a favor
Senadores da CPI resistem
à convocação de Malan
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
A maioria dos
membros da
CPI (Comissão
Parlamentar de
Inquérito) dos
Bancos ouvidos
ontem pela Folha é contra que
o ministro Pedro Malan (Fazenda)
seja convocado para depor. Cinco
senadores declararam ser contra o
requerimento de convocação que
será apresentado por Eduardo Suplicy (PT-SP) amanhã. Outros 4
são favoráveis e 2 não foram localizados (veja quadro abaixo). Esses
dois são da bancada governista.
Desses, um voto deve ser favorável à convocação, o do oposicionista Saturnino Braga (PSB-RJ).
O governo iniciou há duas semanas uma operação para evitar o depoimento do ministro e impedir
que as apurações da CPI saiam do
controle dos senadores aliados.
"Diante das revelações de que o
ministro sabia da operação de socorro aos bancos não tenho mais
dúvidas da necessidade da convocação", afirmou Suplicy.
A convocação de um depoente é
definida pela maioria simples dos
senadores titulares presentes.
Segundo revelou reportagem da
Folha, a Polícia Federal está convencida de que o ministro sabia
das operações de socorro aos bancos que resultaram em prejuízo de
R$ 1,567 bilhão ao Tesouro.
Em 14 de janeiro, o Banco Central decidiu vender dólares, no
mercado futuro, ao Marka e ao
FonteCindam. A operação favoreceu as duas instituições. O ministro nega ter sabido da operação.
O presidente interino da CPI, senador José Roberto Arruda
(PSDB-DF), vai pedir hoje explicações à Polícia Federal sobre as informações publicadas pela Folha.
"Todas as informações que a Polícia Federal tem trazido à CPI são
exatamente no sentido contrário",
disse. Um representante da PF
acompanha a comissão.
Segundo Arruda, a PF informou
à CPI que o ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes negou
que Malan tenha sido consultado
sobre o socorro aos bancos.
Arruda acha que não há indicações de que Malan tivesse conhecimento da operação, portanto, não
há motivos para sua convocação.
Ele afirmou que o ministro poderá
ser ouvido na CPI quando a comissão estiver colhendo sugestões para modificar a legislação que trata
das instituições financeiras.
O relator da comissão, senador
João Alberto (PMDB-MA), não vê
motivos para a convocação do ministro. "Ele (Malan) já declarou
que não sabia de nada. Diante desse fato, não há nada que justifique
sua convocação", disse o senador.
"A oposição quer ver o circo pegar fogo. Não queremos isso. Temos de buscar provas concretas e
não vejo motivo para essa convocação", afirmou o relator.
Para o senador Siqueira Campos
(PFL-TO), o fato de o ministro saber ou não não altera os trabalhos
da CPI. "O ministro sabendo ou
não provocará pouca diferença na
linha dos trabalhos. Temos de ter
alguma forma de o dinheiro da
operação retornar ao BC", disse.
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