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SISTEMA FINANCEIRO
Ministro da Fazenda classifica como "leviandade" afirmação de procuradores do BC em depoimento na PF
Malan nega ter sabido de ajuda a bancos
da Sucursal de Brasília
O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse,
por meio de nota divulgada ontem, que "é uma
mentira, uma leviandade e uma
irresponsabilidade" a informação
de que ele sabia das operações de
socorro do Banco Central aos bancos Marka e FonteCindam na época em que elas foram realizadas.
"Eu desafio a quem quer que seja
a comparecer a uma acareação na
qual tenha a coragem e a desfaçatez de dizer na minha frente que
participou de uma reunião comigo
na qual tenham sido discutidas,
negociadas e aprovadas as operações dos bancos Marka e FonteCindam", disse o ministro em nota
oficial (leia íntegra abaixo).
Anteontem, a Folha publicou
que a Polícia Federal está convencida de que o ministro sabia da ajuda aos bancos. A convicção da PF
está baseada em depoimentos de
procuradores do Banco Central.
No dia 14 de janeiro, a diretoria
do BC decidiu vender dólares, no
mercado futuro, a cotações a preços menores do que o do mercado.
Ao decidir por essa medida, o BC
optou por não liquidar as duas instituições. As duas operações deram prejuízo de R$ 1,567 bilhão ao
Tesouro.
"É fato amplamente conhecido e
divulgado à época que passei a manhã do dia 15 de janeiro no BC com
o doutor Amaury Bier discutindo
exclusivamente o regime cambial
brasileiro e as alternativas para sua
modificação", afirmou Malan.
"Não tratei de qualquer outro assunto neste dia -e muito menos
na véspera, quando aparentemente a decisão sobre os bancos citados teria sido tomada pela diretoria do BC", disse ainda Malan em
comunicado à Folha. O ministro
não quis dar entrevistas, dizendo
que sua agenda estava lotada.
Em 15 de janeiro, o BC deixou de
intervir no mercado de câmbio e
três dias depois, na manhã do dia
18 de janeiro, anunciou que estaria
adotando o regime de flutuação
cambial.
O voto autorizando as operações
com o Marka e o FonteCindam,
sem citar o nome das instituições,
foi aprovado no dia 14.
As duas operações e a suspeita de
que houve vazamento de informações sobre a mudança cambial estão sendo investigadas pela CPI.
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