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OUTRO LADO
Funcionários confirmam; Maluf não comenta
da Reportagem Local
Três funcionários municipais
cujas assinaturas aparecem nos
recibos da campanha de 92 de
Paulo Maluf (PPB) afirmaram à
Folha que prestaram serviços ao
grupo ligado ao candidato durante a disputa pela prefeitura.
Já o ex-prefeito está na França e
sua assessoria imprensa informou que ele não se manifestaria
sobre o assunto antes da publicação da reportagem.
"Trabalhei na campanha como
recepcionista do comitê da Vila
Olímpia. Quando o Maluf ganhou a eleição, o superintendente Ignázio Gandolfo (ex-superintendente do Serviço Funerário
Municipal demitido no final de
março) gostou muito do meu
trabalho e perguntou se eu não
queria vir", explicou Sebastiana
Lino de Souza.
Souza foi contratada pelo Serviço Funerário Municipal em 10
de março de 93 como vistoriadora de veículos, mas trabalha na
empresa como telefonista.
"Acho que o superintendente
Gandolfo trabalhava na campanha. Mas eu o conhecia antes, de
uma empresa particular em que
eu trabalhava", declarou.
Eleitora de Maluf, a telefonista
diz que também prestou serviços
como recepcionista de comitê na
campanha de 96 do prefeito Celso Pitta (sem partido).
Ela afirmou ter recebido uma
"ajuda de custo" em dinheiro para gastos com transporte e alimentação nas duas ocasiões.
"Mas não me lembro de quanto."
Sua assinatura aparece em cinco recibos referentes ao pagamento de "serviços prestados"
entre julho e novembro de 92.
Apesar de se dizer interessada
por política, Souza disse que não
pretende trabalhar nas próximas
eleições. "Quero ser só eleitora.
Aos 52 anos, ficar correndo atrás
de político não dá. Vou curtir minha aposentadoria."
²
Colaborador
Adilson Sales Antonio, contratado pela Prodam (Companhia
de Processamento de Dados do
Município de São Paulo), mas
emprestado à Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo), também confirmou sua participação.
"Eu era um colaborador. Fazia
tudo o que se faz em uma campanha: entregar papelzinho, pedir
voto", disse ele, que aparece nos
documentos do PDS como responsável pelo Chevette de placa
BGG-4893, utilizado pelo comitê
central Tatuapé.
Por seus serviços, Sales Antonio declarou que não recebia
"nada de salário". "A gente tinha
todo o respaldo da campanha,
lanche, tudo. Por isso não era necessário nenhum tipo de verba."
Contratado pela Prodam depois da posse do prefeito Celso
Pitta, Jordi Shiota trabalha no setor administrativo do Serviço
Funerário Municipal e diz que
participou das campanhas malufistas de 92 e 96 executando um
"trabalho de retaguarda".
"Fazia a parte administrativa.
Dava orientação em relação ao
andamento das campanhas, sobre prestação de contas (dos candidatos a vereador)."
Apesar de sua assinatura aparecer em quatro recibos -totalizando R$ 1.950-, Shiota declarou não ter recebido nada pelo
trabalho. "Nunca recebi. Sou voluntário do partido."
Com salário de R$ 4.839,18, o
servidor afirmou que sua contratação pela prefeitura também foi
feita por indicação da legenda.
"Não me lembro quem indicou,
mas foi na campanha de 96."
Demitido da prefeitura no início de março, Sinésio Gobbo não
foi localizado pela reportagem.
Contratados pela Prodam, Francisco de Assis Ribeiro, Maria
Moraes Moreira e Francisca Morais Moreira trabalham na Coordenadoria de Ação Política, órgão ligado à Secretaria de Governo, mas não foram localizados.
Ribeiro está em férias e as duas
servidoras, segundo um funcionário da coordenadoria que se
identificou como Hugo, só poderiam ser encontradas hoje.
Paulo Sérgio Leite Nery, atualmente no Conselho Municipal de
Auxílios e Subvenções -ligado à
Secretaria de Governo- também não foi localizado.
Sueli de Souza Nunes Iwamoto
trabalha no serviço de divulgação do PAS (Plano de Atendimento à Saúde), na Secretaria
Municipal da Saúde, mas não foi
encontrada para comentar sua
contratação.
(PZ)
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