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No Rio, Dirceu ouve
críticas à taxa de juros
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, defendeu, diante do ministro da Casa Civil, José Dirceu, a queda dos juros -que, segundo
ele, estão "sufocando" os empresários fluminenses, "assim como
paulistas, gaúchos ou mineiros".
A defesa foi feita durante cerimônia na sede da Firjan, que reuniu cerca de 200 empresários do
setor naval e contou com a presença da governadora Rosinha
Matheus (PSB).
"Com esse nível de carga tributária, de carência em infra-estrutura e com as taxas de juros dos
últimos anos, temos que admitir:
ser empresário no Brasil é ser herói", disse Gouvêa Vieira.
Dirceu respondeu a cobrança
do presidente da Firjan afirmando que os juros só cairão "com segurança" e que o crescimento econômico será retomado com a
aprovação das reformas da Previdência e tributária. Ele pediu mais
compreensão dos empresários.
"Quando os juros baixarem no
Brasil, será para ficarem reduzidos, e não para voltarem [a crescer] depois de três, quatro meses.
Nós não podemos ter mais oscilações cambiais de juros e bolhas de
crescimento. Não é mais possível
nós enganarmos o país com medidas de curto prazo, que depois
se tornam falaciosas e muitas vezes demagógicas", disse Dirceu,
criticando a política econômica
do governo Fernando Henrique
Cardoso, que, mais de uma vez,
baixou os juros e, logo depois, teve que elevá-los para evitar a fuga
de capitais do país.
A cerimônia da qual participou
o ministro foi a de assinatura de
um contrato para a construção de
quatro navios de apoio a plataformas no valor de US$ 65 milhões.
Os navios foram encomendados
pelo grupo argentino UP Offshore e serão construídos no Eisa (Estaleiro Ilha S/A), no Rio.
Protesto
Dirceu retardou a sua saída da
Firjan para não encontrar cerca
de 150 funcionários da Varig, que
cercaram o prédio da entidade.
Os manifestantes chamaram o
ministro de "covarde" e "medroso" ao perceberem que ele havia
retardado a sua saída do prédio.
Logo depois, o protesto foi suspenso, sem esperar pela saída do
ministro da Casa Civil.
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