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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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No Rio, Dirceu ouve críticas à taxa de juros

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, defendeu, diante do ministro da Casa Civil, José Dirceu, a queda dos juros -que, segundo ele, estão "sufocando" os empresários fluminenses, "assim como paulistas, gaúchos ou mineiros".
A defesa foi feita durante cerimônia na sede da Firjan, que reuniu cerca de 200 empresários do setor naval e contou com a presença da governadora Rosinha Matheus (PSB).
"Com esse nível de carga tributária, de carência em infra-estrutura e com as taxas de juros dos últimos anos, temos que admitir: ser empresário no Brasil é ser herói", disse Gouvêa Vieira.
Dirceu respondeu a cobrança do presidente da Firjan afirmando que os juros só cairão "com segurança" e que o crescimento econômico será retomado com a aprovação das reformas da Previdência e tributária. Ele pediu mais compreensão dos empresários.
"Quando os juros baixarem no Brasil, será para ficarem reduzidos, e não para voltarem [a crescer] depois de três, quatro meses. Nós não podemos ter mais oscilações cambiais de juros e bolhas de crescimento. Não é mais possível nós enganarmos o país com medidas de curto prazo, que depois se tornam falaciosas e muitas vezes demagógicas", disse Dirceu, criticando a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, que, mais de uma vez, baixou os juros e, logo depois, teve que elevá-los para evitar a fuga de capitais do país.
A cerimônia da qual participou o ministro foi a de assinatura de um contrato para a construção de quatro navios de apoio a plataformas no valor de US$ 65 milhões. Os navios foram encomendados pelo grupo argentino UP Offshore e serão construídos no Eisa (Estaleiro Ilha S/A), no Rio.

Protesto
Dirceu retardou a sua saída da Firjan para não encontrar cerca de 150 funcionários da Varig, que cercaram o prédio da entidade.
Os manifestantes chamaram o ministro de "covarde" e "medroso" ao perceberem que ele havia retardado a sua saída do prédio. Logo depois, o protesto foi suspenso, sem esperar pela saída do ministro da Casa Civil.


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