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Stedile acusa a "direita" e diz que agora é "o pior momento para fazer luta social"
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
Ao comentar que "certamente houve provocadores infiltrados" na ação do MLST no Congresso, o líder nacional do MST
(Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse ontem que novas ocorrências desse tipo poderão ocorrer no período eleitoral e que este é "o pior momento para fazer luta social"
por causa da provocação das
"forças obscuras" da "direita".
"Em períodos eleitorais, e
nós estamos acostumados nos
movimentos sociais, quando
tem a disputa eleitoral muito
acirrada entre a esquerda e a direita, todas as forças usam todas as cartas sujas que têm na
mão. O pior momento que temos para fazer luta social é esse
período eleitoral, porque é o
mais fértil em que as forças
obscuras fazem todo tipo de
provocação." E mandou um recado a outros movimentos: "Fiquem alertas, porque, daqui até
as eleições provavelmente outras provocações virão, justamente para criar clima de violência e de falso radicalismo".
Questionado se isso seria para prejudicar a candidatura Lula, disse: "Para prejudicar a sociedade brasileira, porque a direita nunca quer perder os privilégios. Ela não quer discutir
democracia, projeto para o Brasil, reforma agrária, taxa de juro. Ela quer só retomar o governo para manter os privilégios".
A certeza sobre os provocadores infiltrados no MLST,
conforme disse, é "por causa do
modus operandi". "Sempre que
acontece esse tipo de coisa é
muito fácil as forças policiais,
treinadas para isso, infiltrarem
provocadores, que agem com
violência, com radicalismo, para criar o tumulto. E, no meio
da massa, gera o tumulto, é incontrolável", acrescentando
que os trabalhadores do MLST
"são gente humilde e pacífica".
Stedile porém voltou a dizer
que "não é hora de fazer pressão sobre a Câmara" e que os
"inimigos principais da reforma agrária hoje são os bancos,
os latifúndios, as grandes empresas transnacionais".
Ele não quis falar sobre verbas do governo ao MLST. Sobre
o MST, disse que tem apoio de
"várias ONGs". "Elas fazem
convênios com o governo para
viabilizar serviços públicos
que, pela via natural do Estado,
não chegam aos assentamentos
e acampamentos". Ele declarou
que o governo repassa o dinheiro para as ONGs e que o MST
nem recebe o dinheiro: "Tanto
é que o MST não tem conta
bancária, não tem caixa".
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