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Ex-funcionário diz que sofreu ameaça de morte de empresário
Em depoimento à PF, Andrei Cunha afirma que Nilson Servo teria a intenção de trucidá-lo e também sua família
Briga entre Cunha e Servo ocorreu em disputa do mercado de caça-níqueis; Cunha trabalhava com Servo, mas resolveu sair
DA AGÊNCIA FOLHA EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO A CAMPO GRANDE
O dono de caça-níqueis Andrei Cunha, preso na Operação
Xeque-Mate e que concordou
com o benefício da delação premiada em depoimento à Polícia
Federal, foi ameaçado de morte
pelo empresário de jogo Nilton
Cezar Servo, também preso.
"Vou trucidar você e sua família. Vou liqüidar vocês. Eu
vou matar você, seu bosta. Você
ameaçou minha mulher, meus
filhos", afirma Servo em recado
deixado no celular de Cunha no
dia 1º de maio passado.
Cunha, no depoimento, disse
que Servo pagava quantias de
R$ 2.000 a R$ 3.000 a Genival
Inácio da Silva, o Vavá. Após ter
concordado em falar sobre a
suposta participação de Servo
na máfia dos caça-níqueis, Cunha foi solto. Servo permanece
preso. A briga entre Cunha e
Servo ocorreu devido à disputa
pelo mercado de caça-níqueis.
Cunha trabalhava com Servo,
mas resolveu montar o seu próprio negócio.
Segundo a PF, após saber que
João Catan -outro empresário
de jogos- se aliou a Cunha,
Servo discute com o filho um
ataque a Roberto Gordo, que
também atuava no ramo. Em
companhia de Cunha, Gordo
teria atirado contra a casa de
um aliado de Servo, em abril.
Na conversa do dia 30 de
abril, José Lázaro, filho de Servo, diz que "pode pegar fogo na
casa e matar todo mundo".
Ainda segundo a polícia, Servo diz que "não vai matar, não,
que é pra tocar fogo no telhado,
ou na frente".
Outro lado
Éldes Rodrigues, advogado
da família Servo, disse que não
há máfia dos caça-níqueis.
Segundo ele, Servo operava
apenas duas caças de jogos legalmente, com autorização judicial.
Sobre os pagamentos de dinheiro a Vavá, Rodrigues disse
que ocorreram dentro de uma
relação de amizade e que não
foi pagamento de propina.
Conforme a defesa, um depoimento de Dario Morelli Filho, sócio de Servo, segundo a
PF, em caça-níqueis, também
afirma que não havia pagamento de propina.
Cunha afirmou que os pedidos de dinheiro ocorriam em
uma casa em Caraguatatuba
(SP). A mesma casa seria elo
entre Servo e Dario Morelli Filho, compadre de Lula. O presidente diz que é padrinho do filho de Morelli.
Em depoimento à PF, Cunha
disse que os pedidos de dinheiro ocorriam em um casa em Caraguatatuba. O advogado de
Cunha, Marcelo Dib, disse que,
por enquanto, seu cliente não
dará entrevistas.
(HUDSON CORRÊA e RUBENS VALENTE)
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