São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007

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Ex-funcionário diz que sofreu ameaça de morte de empresário

Em depoimento à PF, Andrei Cunha afirma que Nilson Servo teria a intenção de trucidá-lo e também sua família

Briga entre Cunha e Servo ocorreu em disputa do mercado de caça-níqueis; Cunha trabalhava com Servo, mas resolveu sair

DA AGÊNCIA FOLHA EM CAMPO GRANDE
DO ENVIADO A CAMPO GRANDE

O dono de caça-níqueis Andrei Cunha, preso na Operação Xeque-Mate e que concordou com o benefício da delação premiada em depoimento à Polícia Federal, foi ameaçado de morte pelo empresário de jogo Nilton Cezar Servo, também preso.
"Vou trucidar você e sua família. Vou liqüidar vocês. Eu vou matar você, seu bosta. Você ameaçou minha mulher, meus filhos", afirma Servo em recado deixado no celular de Cunha no dia 1º de maio passado.
Cunha, no depoimento, disse que Servo pagava quantias de R$ 2.000 a R$ 3.000 a Genival Inácio da Silva, o Vavá. Após ter concordado em falar sobre a suposta participação de Servo na máfia dos caça-níqueis, Cunha foi solto. Servo permanece preso. A briga entre Cunha e Servo ocorreu devido à disputa pelo mercado de caça-níqueis. Cunha trabalhava com Servo, mas resolveu montar o seu próprio negócio.
Segundo a PF, após saber que João Catan -outro empresário de jogos- se aliou a Cunha, Servo discute com o filho um ataque a Roberto Gordo, que também atuava no ramo. Em companhia de Cunha, Gordo teria atirado contra a casa de um aliado de Servo, em abril.
Na conversa do dia 30 de abril, José Lázaro, filho de Servo, diz que "pode pegar fogo na casa e matar todo mundo".
Ainda segundo a polícia, Servo diz que "não vai matar, não, que é pra tocar fogo no telhado, ou na frente".

Outro lado
Éldes Rodrigues, advogado da família Servo, disse que não há máfia dos caça-níqueis.
Segundo ele, Servo operava apenas duas caças de jogos legalmente, com autorização judicial.
Sobre os pagamentos de dinheiro a Vavá, Rodrigues disse que ocorreram dentro de uma relação de amizade e que não foi pagamento de propina.
Conforme a defesa, um depoimento de Dario Morelli Filho, sócio de Servo, segundo a PF, em caça-níqueis, também afirma que não havia pagamento de propina.
Cunha afirmou que os pedidos de dinheiro ocorriam em uma casa em Caraguatatuba (SP). A mesma casa seria elo entre Servo e Dario Morelli Filho, compadre de Lula. O presidente diz que é padrinho do filho de Morelli.
Em depoimento à PF, Cunha disse que os pedidos de dinheiro ocorriam em um casa em Caraguatatuba. O advogado de Cunha, Marcelo Dib, disse que, por enquanto, seu cliente não dará entrevistas.
(HUDSON CORRÊA e RUBENS VALENTE)


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