São Paulo, quarta, 10 de junho de 1998

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Contag e MST criticam banco

da Sucursal de Brasília

As principais entidades que lideram invasões de terra, Contag e MST, acham que o Banco da Terra vai enfraquecer a desapropriação de imóveis improdutivos para reforma agrária.
O presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Manoel dos Santos, disse que vai recusar o convite para participar do Conselho Consultivo do banco.
"O governo quer usar esse fundo para mercantilizar a reforma agrária e colocar na geladeira o poder de intervenção do Estado no campo", afirmou.
Santos defendeu a extinção do banco. Em seu lugar, para ele, deveria surgir uma linha de crédito sem vínculo com reforma agrária para financiar a compra de imóveis não sujeitos à desapropriação.
O coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Brasília, Gilberto Portes, afirmou que o banco faz parte da "propaganda enganosa" do governo sobre reforma agrária.
O ministro Raul Jungmann (Política Fundiária) disse que não vai convidar o MST para o conselho por entender que a Contag é mais representativa da categoria rural.
Jungmann afirmou que as desapropriações prosseguirão nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste, onde ainda há latifúndios e terra barata.
Segundo o ministro, o Banco da Terra veio do sucesso do programa Cédula da Terra, que vai usar R$ 150 milhões do Banco Mundial para atender 15 mil famílias. (AG)



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