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SAÚDE
Mal-estar ocorreu pouco depois de o ministro afirmar que está recebendo ameaças de morte desde sexta-feira
Indisposto, Serra interrompe entrevista
da Sucursal de Brasília
O ministro da Saúde, José Serra,
teve forte indisposição e interrompeu entrevista ontem em Brasília.
Dores no estômago e enjôo foram os sintomas descritos por Serra. Até o início da noite, ele despachou em seu gabinete, sem fazer
os exames recomendados por seu
médico particular.
A assessores, Serra disse que
manteria a agenda prevista para
hoje. Ele havia convocado a entrevista para dar informações sobre a
campanha de multivacinação.
Segundo assessores, o ministro
teve um "leve mal-estar" provocado pelo calor e pela pouca circulação de ar na sala.
A indisposição ocorreu pouco
depois de ele afirmar que não teme
as ameaças de morte que vem recebendo desde sexta-feira.
De acordo com Serra, as ameaças são feitas por meio de telefonemas anônimos para as residências
dele, em Brasília e São Paulo.
Ao atender o telefone, o ministro
ouve uma voz dizendo que ele
"pode ser morto, se continuar fazendo o que vem realizando".
"Isso tudo é uma bobagem",
afirmou Serra, que disse não estar
dando importância às ameaças.
Nos telefonemas, segundo ele,
são vozes femininas e masculinas
que fazem várias ameaças. O ministro não deu mais explicações.
No Ministério da Saúde, as suspeitas recaem sobre atingidos pelas últimas medidas adotadas por
Serra, especialmente a fiscalização
em torno da falsificação de medicamentos e a intervenção nos hospitais federais do Rio de Janeiro.
Planos de saúde
Os assessores também não descartam que as causas das ameaças
sejam as discussões sobre as novas
regras para o funcionamento dos
planos de saúde ou o fato de os
hospitais terem recebido determinação de divulgarem, por meio da
Internet, preços de serviços e produtos que compram.
Serra disse que se recusa a contratar seguranças pessoais e que
vai deixar "tudo do jeito que está". Ao ser questionado sobre o
que faria para evitar que as ameaças se concretizem, afirmou: "Nada vezes nada".
Demonstrando irritação, Serra
passou parte da meia hora da entrevista com a mão sobre a testa,
dando a impressão de que sentia
dor de cabeça.
"A impressão é que ele estava
com uma enxaqueca ou uma forte
dor de cabeça", disse Hésio Cordeiro, um dos médicos que acompanhavam a entrevista.
Após deixar a sala de reuniões do
ministério, onde ocorria a coletiva, Serra teve a pressão arterial
medida. O resultado da medição:
12 (a máxima) por 8 (a mínima),
considerada normal.
Segundo a assessoria do ministro, Serra não alterou a agenda,
embora não tenha retornado para
continuar a entrevista.
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