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RANKING DA ONU
Crescimento econômico e sistema de bem-estar social levam país a superar Canadá, que ficou em 3º lugar
Noruega é líder; EUA caem para 6º
MÁRCIA DETONI
DA REDAÇÃO
A Noruega é o país que oferece a
melhor qualidade de vida a seus
cidadãos, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2001 que será divulgado oficialmente hoje pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Essa é a primeira vez, desde que
o relatório passou a ser divulgado,
em 1990, que a Noruega chega ao
primeiro lugar no ranking do
IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano), superando o Canadá,
que liderou a lista por sete anos
consecutivos. Os Estados Unidos,
que ocupavam o terceiro lugar no
relatório divulgado em 2000, caíram para a sexta posição.
Com um amplo sistema de
bem-estar social, a Noruega tinha,
no ano passado, o segundo melhor IDH do mundo. A evolução
para o primeiro lugar foi atribuída a um aumento no PIB (Produto Interno Bruto) per capita, que
chegou a US$ 28.433, o terceiro
maior entre 162 países.
A principal fonte de riqueza da
Noruega é o mar. O país lidera a
produção pesqueira na Europa
Ocidental, e o petróleo, descoberto nos anos 70, deu grande impulso à economia. A Noruega é o segundo maior exportador mundial
de petróleo depois da Arábia Saudita. O país também exporta gás
natural, navios e maquinários.
O Canadá, agora na terceira posição, também obteve um aumento na renda per capita, mas foi superado pela Austrália, que subiu
para o segundo lugar por apresentar um desempenho um pouco melhor em áreas como educação e saúde.
A maior surpresa do relatório,
segundo o Pnud, foi a perda de
posição dos EUA justamente no
período em que o país viveu uma
das maiores expansões econômicas de sua história (os dados do
IDH são de 1999).
Essa é primeira vez desde 1994
que os EUA não aparecem entre
os cinco primeiros colocados. "Os
norte-americanos não tiveram
aumento na sua expectativa de vida. Apesar de relativamente alta
(76,8 anos), ela é apenas a 13º
maior entre os 15 países mais bem
colocados no ranking do IDH",
explicou o Pnud.
De todos os países, o que apresenta a maior expectativa de vida
é o Japão: 80,8 anos. Na Noruega,
as pessoas vivem em média 78,4
anos, na Austrália, 78,8, e no Canadá, 78,7.
Na avaliação do Pnud, a queda
de posição dos Estados Unidos é
uma evidência de que o país com
o segundo maior PIB per capita
mundial (US$ 31.872) enfrenta dificuldades para redistribuir sua riqueza e os efeitos benéficos que
ela proporciona.
O relatório mostra que 14% dos
norte-americanos vivem com
menos de US$ 11 por dia, o equivalente a US$ 4.000 por ano (apenas 12,5% da renda média do
país). Há também diferenças raciais acentuadas. O IDH da população branca dos EUA é 13%
maior que o da população hispânica e 7,5 superior ao dos afro-americanos.
No ranking da pobreza humana, os Estados Unidos apresentam a pior situação entre os 17
países mais ricos listados: 15,8%
dos norte-americanos sofrem privações graves, principalmente no
que se refere à longevidade e ao
conhecimento.
Segundo o Pnud, a cada mil bebês nascidos nos EUA entre 1999 e
2000, 128 não devem chegar aos
60 anos de idade, e 20,7% da população adulta é considerada
analfabeta funcional (tem dificuldade para compreender textos e
interpretar informações).
Além dos EUA, outros quatro
países ricos tiveram uma redução
no IDH. O Reino Unido caiu do
10º para o 14º lugar, a França foi
do 12º para o 13º, a Alemanha passou do 14º para o 17º e a Itália, do
19º para o 20º. "Mais uma prova
de que uma renda alta não significa necessariamente desenvolvimento humano proporcional",
afirmou o Pnud.
Todos os últimos 28 colocados
no ranking do IDH são países
africanos. O país com o desenvolvimento humano mais baixo é
Serra Leoa, onde a expectativa de
vida é de apenas 39 anos e o analfabetismo atinge 32% dos adultos.
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