São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Candidato promete permitir divulgação de fitas embargadas

Garotinho admite alterar orçamento por salário maior

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, afirmou ontem que remanejaria o Orçamento da União para poder, em eventual vitória, aumentar o salário mínimo para R$ 280 em maio do próximo ano. O valor atual é de R$ 200,00.
O presidenciável, que fez a afirmativa ontem no "Jornal Nacional", rebateu a pergunta do apresentador William Bonner, de que o orçamento é contingenciado [para algumas rubricas, tem percentuais obrigatórios". Disse: "Tenho certeza que a população vai ficar bem mais satisfeita em saber que o dinheiro que iria para uma obra superfaturada será usado para um salário mínimo justo."
A entrevista durou 10min38s. Garotinho falou por 7min07s (66,9%), e os apresentadores, Bonner e Fátima Bernardes, por 2min17s e 1min14s, respectivamente, ou por 33,1% do tempo.
O presidenciável foi o segundo candidato à Presidência a ser entrevistado no horário nobre da TV Globo, depois de Ciro Gomes, na segunda-feira. Hoje, será a vez de José Serra, do PSDB.
A audiência do "JN" ficou praticamente inalterada com a entrevista de Garotinho. O noticiário continuou com os 38 pontos que tinha antes do início da conversa. Isso significa que cerca de 1,809 milhão de domicílios na Grande São Paulo estavam sintonizados na Globo, pouco maior que a audiência da entrevista de Ciro.
Apenas o share (porcentagem de aparelhos ligados que estão sintonizados no canal) diminuiu de 51% para 50%, segundo dados preliminares do Ibope.
Os apresentadores questionaram o candidato da Frente Brasil Esperança (PSB/PTC/PGT) sobre o que faria, sendo de um partido pequeno, para ter apoio no Congresso para aprovar o mínimo. "Tenho certeza que os deputados não ficarão insensíveis ao problema da maioria dos brasileiros."
Fátima Bernardes, indagou Garotinho se todo político não teria tentado fazer o mesmo com o mínimo. "Estarei cumprindo uma promessa do presidente Fernando Henrique Cardoso, não cumprida, de aumentar o mínimo para US$ 100." Em 1995, o salário mínimo chegou a ser de US$ 100.
No início do telejornal, Bonner questionou o presidenciável se não acharia sua candidatura "precoce" porque teria deixado muitas obras inacabadas no Rio, ao deixar o governo em abril.
Garotinho respondeu que "deixou condições" para sua sucessora, Benedita da Silva (PT), concluir suas obras. "Se por incapacidade ela não o fizer, a governadora que vai sucedê-la será capaz", em referência à mulher, Rosinha, candidata ao governo do Rio.
Garotinho afirmou que houve um "desmoronamento de seu esquema de segurança" no Rio porque falta um "gesto de autoridade" da atual administração.
Bonner indagou Garotinho sobre o fato de ele ter proibido a publicação de fitas gravadas ilegalmente por um ex-colaborador seu, Guilherme Freire. Garotinho disse que proibiu a divulgação porque havia "conversas pessoais" de colaboradores seus. No final, o apresentador teve a promessa do candidato em permitir a divulgação de trechos das fitas.
Mais tarde, em entrevista à GloboNews, prometeu diminuir o número de impostos, caso eleito.



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