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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Candidato promete permitir divulgação de fitas embargadas
Garotinho admite alterar orçamento por salário maior
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, afirmou ontem que remanejaria o Orçamento da União para poder, em eventual vitória, aumentar o salário mínimo para R$
280 em maio do próximo ano. O
valor atual é de R$ 200,00.
O presidenciável, que fez a afirmativa ontem no "Jornal Nacional", rebateu a pergunta do apresentador William Bonner, de que
o orçamento é contingenciado
[para algumas rubricas, tem percentuais obrigatórios". Disse: "Tenho certeza que a população vai
ficar bem mais satisfeita em saber
que o dinheiro que iria para uma
obra superfaturada será usado
para um salário mínimo justo."
A entrevista durou 10min38s.
Garotinho falou por 7min07s
(66,9%), e os apresentadores,
Bonner e Fátima Bernardes, por
2min17s e 1min14s, respectivamente, ou por 33,1% do tempo.
O presidenciável foi o segundo
candidato à Presidência a ser entrevistado no horário nobre da
TV Globo, depois de Ciro Gomes,
na segunda-feira. Hoje, será a vez
de José Serra, do PSDB.
A audiência do "JN" ficou praticamente inalterada com a entrevista de Garotinho. O noticiário
continuou com os 38 pontos que
tinha antes do início da conversa.
Isso significa que cerca de 1,809
milhão de domicílios na Grande
São Paulo estavam sintonizados
na Globo, pouco maior que a audiência da entrevista de Ciro.
Apenas o share (porcentagem
de aparelhos ligados que estão
sintonizados no canal) diminuiu
de 51% para 50%, segundo dados
preliminares do Ibope.
Os apresentadores questionaram o candidato da Frente Brasil
Esperança (PSB/PTC/PGT) sobre
o que faria, sendo de um partido
pequeno, para ter apoio no Congresso para aprovar o mínimo.
"Tenho certeza que os deputados
não ficarão insensíveis ao problema da maioria dos brasileiros."
Fátima Bernardes, indagou Garotinho se todo político não teria
tentado fazer o mesmo com o mínimo. "Estarei cumprindo uma
promessa do presidente Fernando Henrique Cardoso, não cumprida, de aumentar o mínimo para US$ 100." Em 1995, o salário
mínimo chegou a ser de US$ 100.
No início do telejornal, Bonner
questionou o presidenciável se
não acharia sua candidatura "precoce" porque teria deixado muitas obras inacabadas no Rio, ao
deixar o governo em abril.
Garotinho respondeu que "deixou condições" para sua sucessora, Benedita da Silva (PT), concluir suas obras. "Se por incapacidade ela não o fizer, a governadora que vai sucedê-la será capaz",
em referência à mulher, Rosinha,
candidata ao governo do Rio.
Garotinho afirmou que houve
um "desmoronamento de seu esquema de segurança" no Rio porque falta um "gesto de autoridade" da atual administração.
Bonner indagou Garotinho sobre o fato de ele ter proibido a publicação de fitas gravadas ilegalmente por um ex-colaborador
seu, Guilherme Freire. Garotinho
disse que proibiu a divulgação
porque havia "conversas pessoais" de colaboradores seus. No
final, o apresentador teve a promessa do candidato em permitir a
divulgação de trechos das fitas.
Mais tarde, em entrevista à GloboNews, prometeu diminuir o
número de impostos, caso eleito.
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