São Paulo, sábado, 10 de julho de 2004

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PAINEL

Balança, mas não cai
Decidido: Aldo Rebelo fica no governo, com a concordância do PT, que clamava pela cabeça do ministro. Só deixa o cargo se entender que saiu da disputa esvaziado, como acreditam os petistas, ou pedir para trocar de posto na Esplanada.

Fio do bigode
É improvável que o Planalto abandone Sarney, caso a emenda da reeleição das Mesas do Congresso seja aprovada. É isso o que significa o pedido de "neutralidade" feito por Renan Calheiros (PMDB) e Aloizio Mercadante (PT) a José Dirceu.

Quem cala consente
Mercadante puxou o tema reeleição na conversa que ele e Renan tiveram com Dirceu. O chefe da Casa Civil tergiversou. Disse que não era o momento para tratar do assunto. O certo é que a emenda será votada na volta do recesso do Congresso e, pelas contas palacianas, aprovada.

Caixa-preta
Marcelo Sereno deixou o Planalto, onde estava lotado na assessoria especial da Casa Civil, mas ainda é consultado toda vez que o assunto é o preenchimento de cargos. É a memória das nomeações do PT.

Mea culpa
O PFL assegurou que não vai criar problemas para a aprovação da LDO na próxima semana. Pegou mal impedir a votação e retardar o recesso do Congresso por causa de dificuldade de liberação de verba para o Rio.

Argumento convincente
Sob a ameaça de uma greve de caminhoneiros, Alfredo Nascimento (Transportes) convidou as centrais do setor de cargas para discutir o Orçamento do ministério para 2005, que pode saltar de R$ 2 bi para mais de R$ 4 bi, se Palocci deixar. As centrais resolveram dar um tempo.

Vedete catarinense
O governador Luiz Henrique (PMDB) resolveu ele mesmo animar a barraca de Santa Catarina em três dias da feira dos Estados, em Brasília. Atende pessoalmente aos visitantes.

Nas cordas
O ministro Tarso Genro saiu em férias por uma semana. "Vou ficar nas cordas", diz ele, recorrendo a "gauchismo" para quem vai se deitar na rede.

Enfim, juntos
Está marcada para amanhã a primeira aparição pública da dupla José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PFL) após o início oficial da campanha e a divulgação da evolução de 316% do patrimônio pessoal do candidato a vice do tucano. Será em um comício, às 11h, na capital.

Pautando a mídia
Durante o encontro de Vicente Fox com o presidente Lula, assessores do Planalto gostaram de uma campanha que os marqueteiros do presidente mexicano criaram: "As boas notícias também são notícias".

Velha divisão
Lula recebeu no Planalto integrantes do MLST (Movimento para Libertação dos Sem-Terra). Assustou-se, primeiramente, ao saber que o MLST já tem uma dissidência, o MLST de Luta. Depois porque informaram-lhe os movimentos envolvidos em invasões, segundo o Incra: 72.

De olho no caixa
A esquerda do PT montou grupo para monitorar a dívida pública. Os radicais ficaram assombrados ao receber informações da Fazenda de que só em 2011, mantida a atual política, será possível reduzir de 57% para 44% a relação dívida-PIB.

Algaravia
Parlamentares desconfiaram que Chico Alencar (PT) estava em transe ao comparar, em plenário, Chico Buarque a São Francisco de Assis: "Esses Franciscos vão na contramão das sociedades idólatras e ególatras, indutoras do autocentramento e da negação da alteridade".

TIROTEIO

De ACM (PFL), em defesa de decisão do STF, criticada pelo procurador-geral da República, Cláudio Fontelles:
-O Supremo não pode ficar à mercê de ataques inúteis. Se o procurador é católico, também sou. Se ele é pecador, também sou. Não temos o direito de deixar que crianças venham a nascer sem cérebro.

CONTRAPONTO

A flora do Congresso

Acostumados a cutucar interlocutores com respostas espirituosas, os deputados Dr. Rosinha (PT-PR) e Walter Pinheiro (PT-BA) foram surpreendidos por uma colegial de 11 anos.
Os dois caminhavam pelos corredores da Câmara, quando cruzaram com a excursão de um grupo de uma escola pública de Brasília à Casa, programa corriqueiro no Congresso.
Pararam e começaram a conversar com os colegiais.
Uma das meninas perguntou:
-Qual o seu nome?
-Dr. Rosinha - respondeu o deputado paranaense.
-O senhor está brincando! E o seu?-perguntou ao outro parlamentar presente.
-Pinheiro -respondeu o petista baiano.
A menina mal continha o riso, quando ouviu:
-E qual o seu nome?-perguntou Pinheiro.
-O meu? Ora, é Samambaia!


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