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Defesa de banqueiro volta a ameaçar governo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado do banqueiro
Daniel Dantas, Nélio Machado,
voltou a afirmar ontem que pode apresentar provas contra
membros do governo para defender seu cliente das acusações feitas pela Polícia Federal
na Operação Satiagraha.
Machado disse que não tem
os documentos em mãos, "mas
sabe da existência deles". Segundo ele, os papéis foram
apresentados à Justiça de Nova
York em uma disputa entre o
grupo Opportunity e o Citigroup. As empresas teriam feito um acordo de confidencialidade, de modo que nenhuma
delas poderia divulgar os dados.
"Como advogado, vou mensurar em que medida nós buscaremos trazer à tona esses dados que podem contribuir para
a elucidação da verdade plena e
não da meia-verdade."
Segundo ele, as informações
estão relacionadas com a conduta da Telecom Italia no Brasil. Machado diz que não foi
cumprida uma determinação
do Tribunal Regional Federal
de São Paulo de encaminhar ao
Brasil provas de investigações
na Itália sobre o caso Kroll -no
qual investigou-se suposta espionagem da empresa Kroll
contra a Telecom Italia, a mando de Daniel Dantas.
Machado também afirmou
estranhar que Dantas e o megainvestidor Naji Nahas estejam envolvidos numa mesma
investigação da PF. "Nahas defendia interesses opostos em
favor da Telecom Italia num
procedimento que tinha relação direta num litígio com a
Brasil Telecom, que estava na
gestão do Opportunity."
O advogado de Nahas, Sérgio
Rosenthal, disse ontem que seu
cliente negará todas as acusações. "Existe uma série de suposições que são negadas pela
lógica. Por exemplo, como é
que alguém pode ter uma informação privilegiada a respeito
do Fed [Federal Reserve, o BC
dos EUA]? Seria o único cidadão do mundo que teria uma
informação nesse sentido, que
o mundo inteiro acompanha."
Responsável pela defesa do
ex-prefeito de São Paulo Celso
Pitta, a advogada Ruth Stefanelli Wagner Vallejo voltou a negar ontem que seu cliente recebia dinheiro de Nahas proveniente de contas em paraísos
fiscais. Ela aproveitou para criticar o trabalho da PF. "Quiseram montar um quebra-cabeça
que não está se encaixando."
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