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Petista espera mais "tranquilidade"
RAFAEL CARIELLO
ENVIADO ESPECIAL A ANGRA DOS REIS (RJ)
O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula
da Silva, disse ontem, em Angra
dos Reis (cidade litorânea a 150
km do Rio), acreditar que o acordo com o FMI (Fundo Monetário
Internacional) permitirá aos presidenciáveis pelo menos dois meses de campanha para discutir
propostas para o país.
"Espero que o acordo traga
tranquilidade ao Brasil e que a especulação deixe de ser o único assunto do dia da imprensa e dos
candidatos", disse Lula, para
quem "a gente vai poder discutir
outros assuntos, em vez de fuga
de capitais, remessa de lucros e
superávit primário."
O presidenciável petista fez as
declarações durante uma visita ao
estaleiro BrasFels, onde gravou
cenas que serão transmitidas no
programa do PT durante o horário eleitoral gratuito, que começa
no próximo dia 20.
Lula visitou um navio que está
sendo adaptado para funcionar
como plataforma de petróleo e fez
discurso para os trabalhadores do
alto de um caminhão -no melhor estilo "porta de fábrica".
O candidato também conversou com alunos da escola de formação dos funcionários da empresa. Todas as imagens foram registradas pelas câmeras do PT.
Na rápida entrevista que concedeu aos jornalistas, disse que havia ido ao estaleiro a fim de chamar atenção para dois "crimes"
que, segundo ele, estão sendo cometidos pela Petrobras: "O crime
de levar dinheiro para fora [do
país", quando estamos precisando de dinheiro aqui dentro, e o
crime de gerar empregos lá fora,
quando temos de criar empregos
aqui", declarou.
Petrobras
Os "crimes" se devem, segundo
Lula, ao fato de a Petrobras haver
contratado, após licitação, o estaleiro Jurong, de Cingapura, para
construir a plataforma de produção de petróleo P-50. A estatal
brasileira é um dos maiores clientes do estaleiro que Lula visitou.
"Vim a Angra dos Reis para
provar que os estaleiros brasileiros podem fazer o serviço", disse
o presidenciável petista.
Durante a visita, acompanhado
por uma câmera, Lula teve o suor
do rosto enxugado por uma assessora. Enquanto almoçava, a
mesma assessora levou uma camisa seca e passada para substituir a que Lula estava vestindo,
pois ela tinha ficado suada.
Sobre as pesquisas recentes que
apontam uma eventual vitória de
Ciro Gomes, candidato da Frente
Trabalhista, em um eventual segundo turno contra ele, Lula disse
que "é inconcebível que se comece a pesquisar o segundo turno
antes do fim do primeiro": "Nós
nem sabemos se vai haver segundo turno", acrescentou o petista.
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