São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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Petista espera mais "tranquilidade"

RAFAEL CARIELLO
ENVIADO ESPECIAL A ANGRA DOS REIS (RJ)

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse ontem, em Angra dos Reis (cidade litorânea a 150 km do Rio), acreditar que o acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) permitirá aos presidenciáveis pelo menos dois meses de campanha para discutir propostas para o país.
"Espero que o acordo traga tranquilidade ao Brasil e que a especulação deixe de ser o único assunto do dia da imprensa e dos candidatos", disse Lula, para quem "a gente vai poder discutir outros assuntos, em vez de fuga de capitais, remessa de lucros e superávit primário."
O presidenciável petista fez as declarações durante uma visita ao estaleiro BrasFels, onde gravou cenas que serão transmitidas no programa do PT durante o horário eleitoral gratuito, que começa no próximo dia 20.
Lula visitou um navio que está sendo adaptado para funcionar como plataforma de petróleo e fez discurso para os trabalhadores do alto de um caminhão -no melhor estilo "porta de fábrica".
O candidato também conversou com alunos da escola de formação dos funcionários da empresa. Todas as imagens foram registradas pelas câmeras do PT.
Na rápida entrevista que concedeu aos jornalistas, disse que havia ido ao estaleiro a fim de chamar atenção para dois "crimes" que, segundo ele, estão sendo cometidos pela Petrobras: "O crime de levar dinheiro para fora [do país", quando estamos precisando de dinheiro aqui dentro, e o crime de gerar empregos lá fora, quando temos de criar empregos aqui", declarou.

Petrobras
Os "crimes" se devem, segundo Lula, ao fato de a Petrobras haver contratado, após licitação, o estaleiro Jurong, de Cingapura, para construir a plataforma de produção de petróleo P-50. A estatal brasileira é um dos maiores clientes do estaleiro que Lula visitou.
"Vim a Angra dos Reis para provar que os estaleiros brasileiros podem fazer o serviço", disse o presidenciável petista.
Durante a visita, acompanhado por uma câmera, Lula teve o suor do rosto enxugado por uma assessora. Enquanto almoçava, a mesma assessora levou uma camisa seca e passada para substituir a que Lula estava vestindo, pois ela tinha ficado suada.
Sobre as pesquisas recentes que apontam uma eventual vitória de Ciro Gomes, candidato da Frente Trabalhista, em um eventual segundo turno contra ele, Lula disse que "é inconcebível que se comece a pesquisar o segundo turno antes do fim do primeiro": "Nós nem sabemos se vai haver segundo turno", acrescentou o petista.


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