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Painel
Renata Lo Prete
painel@uol.com.br
Casa onde falta pão
Bastou uma rodada desanimadora de pesquisas para a cizânia se instalar na campanha de Geraldo Alckmin. Além da equipe de comunicação, alvo número
um dos políticos sempre que os números entram em
queda, conselheiros do presidenciável tucano divergiam ontem sobre a postura a ser adotada em relação
à crise da segurança em São Paulo. Roberto Freire
(PPS) defende que ele apareça ao lado de Cláudio
Lembo (PFL) e apresente propostas para o Estado.
Já tucanos e pefelistas querem que Alckmin fale de
segurança como tema nacional e deixe claro que não é
mais o administrador de São Paulo. "Se voltar a ser
visto como governador, está perdido", diz um aliado.
Fazer o quê? Sabendo que
enfrentaria choro e recriminação, Alckmin nem queria
reunir o conselho político da
campanha ontem. Mas não
conseguiu escapar.
Bem na fita. Nem tudo,
porém, foi tristeza. O tucano
leu análise segundo a qual o
melhor momento de sua entrevista ao "JN" teria sido a
resposta sobre os aposentados. Disse que foi elogiado por
cinco deles no Rio de Janeiro.
Causa e efeito. Maldade
ouvida no Palácio do Planalto:
o tropeço de Alckmin nas pesquisas fez o risco-país cair ontem a seu nível mais baixo.
Oops! Por pouco mais de um
minuto, a entrevista de Lula à
Rádio Capital foi transmitida
ao vivo no canal interno do
Planalto. Sinal de que a equipe técnica da Presidência
acompanhou o evento de
campanha, que não constava
nem da agenda de Lula.
Ciúme. O amor entre Heloísa Helena e Cesar Maia já rende muxoxos no PSOL. Enquanto o prefeito do Rio enalteceu a performance da presidenciável no "JN", os aliados
reclamaram de sua atuação
"personalista", que não teria
colaborado para que o partido
supere a cláusula de barreira.
Quem quer? Parte dos
convites comprados para o
jantar de Lula e Mercadante
foram distribuídos pelos empresários a funcionários. Na
Ambev, sobravam entradas
até o início da noite da festa.
Pano rápido 1. A líder do
PT no Senado, Ideli Salvatti
(SC), deu ontem uma passadinha na reunião da CPI dos
Sanguessugas. Prontamente,
o deputado Fernando Gabeira
(PV-RJ) afirmou que ela não
poderia estar ali, pelo fato de
não integrar a comissão.
Pano rápido 2. Ideli respondeu que é, sim, membro
efetivo da CPI. "Nesse caso,
me desculpe. É que nunca vi a
senhora nas reuniões", explicou o deputado.
Calhamaço. Ney Suassuna
(PB) mandou para todos os
integrantes da CPI um memorial de defesa com 80 itens
distribuídos em 200 páginas.
Em vão. Segundo integrantes da comissão, a iniciativa
do líder do PMDB no Senado
não mudará a recomendação
para abertura de processo no
Conselho de Ética.
Fora. Apesar de pressões da
oposição, o relatório de Amir
Lando (PMDB-RO) não deve
fazer menção aos tentáculos
dos sanguessugas no Executivo. Essa etapa da investigação
ficará para o segundo parecer,
que a CPI promete soltar ainda antes das eleições.
No ar. A TV Câmara transmitiu anteontem, ao vivo, a
reunião administrativa da
CPI das Sanguessugas.
Visita à Folha. Fernando
Xavier Ferreira, presidente da
Telefônica, visitou ontem a
Folha, onde foi recebido em
almoço. Estava acompanhado
de Emanuel Neri, diretor de
Relações com a Imprensa, de
Eduardo Ribeiro e de Marco
Antonio Rossi, sócios-diretores da Mega Brasil Comunicação, de Engel Paschoal, jornalista, e de Lucila Cano, da Call
Comunicações.
Tiroteio
Heloísa acusou o PT de abandonar seu ideais
depois da posse de Lula. Por essa ótica,
ela está mudando já na campanha eleitoral.
Do senador TIÃO VIANA (PT-AC) sobre a entrevista de Heloísa Helena
ao "Jornal Nacional", na qual a ex-petista e presidenciável do PSOL disse que programa de partido é diferente de programa de governo.
Contraponto
Passageiro secreto
Em 1992, quando era secretário da Ciência e Tecnologia
do Paraná, Maurício Fruet (1939-1998) tinha uma assessora muito prestativa, que quase não o deixava em paz de
tanto solicitar missões. Um dia, sem ter o que fazer com a
moça, o bem-humorado Fruet chamou-a ao gabinete:
-Tenho, sim, uma missão para você. Fechamos um
acordo sigiloso com a China, que está enviando um urso
panda para estudos. Vá buscar o animal no aeroporto.
Horas depois, Fruet se ocupava de outro assunto quando recebeu uma ligação da autoridade aeroportuária:
-Uma assessora sua está aqui à procura de um urso e
diz que não pode revelar mais nada. O que faço com ela?
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