DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ (MT)

O empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como chefe da máfia dos sanguessugas, entregou à Justiça Federal comprovantes de depósitos e de transferência de dinheiro para contas dos deputados Nilton Capixaba (PTB-RO) e João Caldas (PL-AL), segundo e quarto secretários da Câmara.
No caso de Capixaba, a Justiça, a partir da documentação de Vedoin, lista uma série de pagamentos mensais de abril de 2001 a agosto de 2002, em esquema semelhante ao pagamento do mensalão. Os valores somam R$ 200 mil.
A reportagem teve acesso ontem aos sete volumes de documentos entregues por Vedoin à Justiça. Os papéis complicam a defesa do deputado Ricarte de Freitas (PTB-MT), acusado de ser um dos campeões (cerca de R$ 600 mil) em recebimento de propina em troca de emendas ao Orçamento. Freitas admitiu à Folha ter usado por dois meses na campanha de 2002 um Fiat Ducato cedido pela família Vedoin, dona da Planam.
Documento do veículo, entregue à Justiça, aponta que a Planam transferiu em janeiro de 2002 -bem antes das eleições-, o Fiat Ducato, avaliado em R$ 70 mil, para o deputado. Freitas não foi localizado ontem. Ele nega ligação com os sanguessugas.

Outro lado
Caldas negou recebimento de propina e afirmou ontem que o depósito em sua conta foi uma estratégica de Vedoin para incriminá-lo, embora em 2002 ainda não houvesse investigação. "Assim que percebi o dinheiro na minha conta mandei estornar. O pai de Vedoin [Darci José] confirma isso", afirmou o parlamentar.
A assessoria de Capixaba informou que o deputado não vai falar sobre as acusações.
(HUDSON CORRÊA)


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