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PT e "traições" vão definir caso Renan
Nas contas de aliados do senador e oposicionistas, entre 8 e 12 votos estão em aberto para a votação de quarta
Líderes do PMDB apostam em até 7 votos pró-Renan do DEM e outros 3 do PSDB; já a oposição espera 5 ou 6 votos de petistas pela cassação
SILVIO NAVARRO
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aliados de Renan Calheiros
(PMDB-AL) e líderes da oposição afirmam que os votos do PT
e o tamanho da "traição" nas
bancadas do PSDB e do DEM
serão definitivos no resultado
da votação da cassação do presidente do Senado, na quarta.
Em ambos os lados, a avaliação é similar, embora nem sempre os nomes coincidam: há,
hoje, uma margem de 8 a 12 votos em aberto, que podem mudar o jogo na última hora.
A contabilidade dos aliados
de Renan, que já foi otimista ao
prever a repetição do placar
que o elegeu presidente da Casa
(51 a 28), hoje aponta vitória
apertada. As planilhas contam
com votos de até sete senadores do DEM e três do PSDB.
Constam da lista elaborada
por líderes do PMDB os senadores do DEM: Efraim Morais
(PB), Edison Lobão (MA),
Adelmir Santana (DF), Romeu
Tuma (SP), Heráclito Fortes
(PI), ACM Júnior (BA) e Maria
do Carmo (SE). No PSDB: Flexa Ribeiro (PA), Papaléo Paes
(AP) e João Tenório (AL).
Nas contas dos peemedebistas, somente 2 dos 12 senadores
do PT não ficarão ao lado de Renan: Eduardo Suplicy (SP) e
Augusto Botelho (RR).
"A margem para a absolvição
será de oito ou dez votos. Ninguém tem a convicção de culpabilidade dele", afirma o líder do
PMDB, Valdir Raupp (RO).
Desfecho
O desfecho do caso está marcado para as 11h de quarta-feira, em sessão e votação secretas
no plenário. Para que seja aprovada a perda do mandato são
necessários 41 dos 81 votos.
Pela previsão da oposição, só
na bancada do PT são esperados cinco ou seis votos pela cassação: Suplicy, Botelho, Delcídio Amaral (MS), Flávio Arns
(PR), Paulo Paim (RS) e Aloizio
Mercadante (SP), cujo discurso
é considerado dúbio.
O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), e o presidente do
PSDB, Tasso Jereissati (CE),
descartam uma "traição" expressiva em suas bancadas.
Pressionados, Papaléo e Flexa
declararam que não vão contrariar o partido.
Outro fator que pode influenciar são as pressões regionais e o desgaste de participar
de uma operação para salvar o
mandato de Renan. Nos bastidores, predomina o argumento
que este é apenas o primeiro
dos três processos que ainda
estão pela frente, ou seja, a crise
ainda estaria longe do final.
"Houve uma mudança de posição depois do 11 a 4 [pela cassação] no Conselho de Ética.
Muita gente viu como uma sinalização, foi a primeira manifestação pública do Senado",
afirmou Agripino.
A lista da oposição enumera
senadores que já foram pró-Renan mas que mudaram de lado:
Magno Malta (PR-ES), Garibaldi Alves (PMDB-RN) e Expedito Júnior (PR-RO). No caso de
Malta, ele enfrentou pressão e
perdeu espaço no Estado para o
relator Renato Casagrande
(PSB-ES), novato na Casa e defensor da cassação de Renan.
Garibaldi Alves inclinou-se ao
aliado José Agripino. E Expedito Júnior deve ir para o PSDB.
Há ainda a dúvida se o Planalto vai ou não se empenhar
para tentar salvar o mandato de
Renan de forma mais incisiva,
prometendo a liberação de cargos e emendas, por exemplo.
Na quarta, Renan fará um
discurso de defesa. Ele dividirá
seu tempo com o advogado
Eduardo Ferrão. Além de rebater as acusações de ter usado
um lobista ligado à construtora
Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, deve apelar para o corporativismo da Casa.
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