|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula chega à Finlândia e fala sobre etanol
Em entrevista ao jornal "Helsingin Sanomat", presidente afirma que pretende transformar Brasil em potência mundial'
Petista diz que expansão do
biocombustível, parte do
que seria uma "revolução na
matriz energética", faria o
país "elevar" seu perfil global
Alan Marques/Folha Imagem
|
|
Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, chegam ao aeroporto Vantaa, em Helsinque, na Finlândia; é a 1ª etapa da viagem do presidente pela Europa
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A HELSINQUE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou ontem,
às 19h (13h em Brasília) em
Helsinque, precedido por um
potente bater de bumbo para o
Brasil, ao afirmar em entrevista
ao jornal "Helsingin Sanomat"
que pretende fazer do país
"uma potência mundial".
Helsinque, capital da Finlândia, é a primeira etapa da viagem que levará Lula a Suécia,
Dinamarca e Noruega e Espanha. Na programação distribuída pelo Itamaraty há um intervalo de dois dias e meio sem atividade. Lula deixa a Noruega no
dia 14, mas inicia visita a Madri
no dia 17. O Palácio do Planalto
diz que o presidente descansará em Madri nesses dois dias.
A entrevista ao jornal finlandês retoma o tema pelo qual
Lula confessa estar obcecado: a
expansão mundial do etanol,
como parte do que o presidente
imagina ser uma "revolução na
matriz energética". É essa revolução que, segundo Lula, permitiria ao país "elevar" seu perfil global, até atingir o status de
"potência mundial".
Embora chegar ao topo ainda
esteja muito longe, passos nessa direção vêm sendo dados.
Entre eles, como lembra a reportagem do "Helsingin Sanomat", o fato de que "nenhuma
decisão pode hoje ser tomada
na OMC (Organização Mundial
do Comércio) sem levar em
conta a posição do G20", o grupo de países em desenvolvimento liderado por Brasil e Índia que luta para abrir os mercados agrícolas do mundo rico.
Segundo: a pregação do presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que o Brasil ganhe
lugar no Conselho de Segurança da ONU, como membro permanente, e também no G8, clube dos sete países mais ricos do
mundo mais a Rússia.
Aliás, o Itamaraty espera
que, na visita de hoje, a Finlândia oficialize o apoio à participação do Brasil no Conselho de
Segurança. O presidente também participará, em todos os
países a serem visitados, de seminários empresariais, fazendo ou o encerramento ou a
abertura. Hoje, fala a cerca de
100 empresários, divididos
mais ou menos igualmente entre os dois países, junto com a
presidente Tarja Halonen.
Os países nórdicos não figuram entre os grandes parceiros
comerciais do Brasil, embora
formem uma das regiões de
maior renda do planeta. Mas o
tamanho é pequeno: apenas 23
milhões de pessoas, menos do
que o Estado de São Paulo. O
comércio, no ano passado, não
passou de US$ 3,9 bilhões, ou
1,7% de todas as trocas brasileiras e um décimo do que o Brasil
vende/compra dos Estados
Unidos (US$ 39,52 bilhões).
O presidente foi do aeroporto para a casa de hóspedes que o
governo finlandês mantém ao
lado do Hilton Hotel, no qual ficaram os dois ministros que
acompanham Lula (Miguel
Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Sérgio
Resende, de Minas e Energia).
Lula entrou no sobradão, sóbrio e discreto como todos os
prédios públicos da capital,
sem falar com os jornalistas.
Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: Lula lá longe Próximo Texto: Memória: Morre general que invadiu quartel em 64 Índice
|