São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Lula chega à Finlândia e fala sobre etanol

Em entrevista ao jornal "Helsingin Sanomat", presidente afirma que pretende transformar Brasil em potência mundial'

Petista diz que expansão do biocombustível, parte do que seria uma "revolução na matriz energética", faria o país "elevar" seu perfil global

Alan Marques/Folha Imagem
Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, chegam ao aeroporto Vantaa, em Helsinque, na Finlândia; é a 1ª etapa da viagem do presidente pela Europa

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A HELSINQUE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou ontem, às 19h (13h em Brasília) em Helsinque, precedido por um potente bater de bumbo para o Brasil, ao afirmar em entrevista ao jornal "Helsingin Sanomat" que pretende fazer do país "uma potência mundial".
Helsinque, capital da Finlândia, é a primeira etapa da viagem que levará Lula a Suécia, Dinamarca e Noruega e Espanha. Na programação distribuída pelo Itamaraty há um intervalo de dois dias e meio sem atividade. Lula deixa a Noruega no dia 14, mas inicia visita a Madri no dia 17. O Palácio do Planalto diz que o presidente descansará em Madri nesses dois dias.
A entrevista ao jornal finlandês retoma o tema pelo qual Lula confessa estar obcecado: a expansão mundial do etanol, como parte do que o presidente imagina ser uma "revolução na matriz energética". É essa revolução que, segundo Lula, permitiria ao país "elevar" seu perfil global, até atingir o status de "potência mundial".
Embora chegar ao topo ainda esteja muito longe, passos nessa direção vêm sendo dados. Entre eles, como lembra a reportagem do "Helsingin Sanomat", o fato de que "nenhuma decisão pode hoje ser tomada na OMC (Organização Mundial do Comércio) sem levar em conta a posição do G20", o grupo de países em desenvolvimento liderado por Brasil e Índia que luta para abrir os mercados agrícolas do mundo rico.
Segundo: a pregação do presidente francês, Nicolas Sarkozy, para que o Brasil ganhe lugar no Conselho de Segurança da ONU, como membro permanente, e também no G8, clube dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia.
Aliás, o Itamaraty espera que, na visita de hoje, a Finlândia oficialize o apoio à participação do Brasil no Conselho de Segurança. O presidente também participará, em todos os países a serem visitados, de seminários empresariais, fazendo ou o encerramento ou a abertura. Hoje, fala a cerca de 100 empresários, divididos mais ou menos igualmente entre os dois países, junto com a presidente Tarja Halonen.
Os países nórdicos não figuram entre os grandes parceiros comerciais do Brasil, embora formem uma das regiões de maior renda do planeta. Mas o tamanho é pequeno: apenas 23 milhões de pessoas, menos do que o Estado de São Paulo. O comércio, no ano passado, não passou de US$ 3,9 bilhões, ou 1,7% de todas as trocas brasileiras e um décimo do que o Brasil vende/compra dos Estados Unidos (US$ 39,52 bilhões).
O presidente foi do aeroporto para a casa de hóspedes que o governo finlandês mantém ao lado do Hilton Hotel, no qual ficaram os dois ministros que acompanham Lula (Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Sérgio Resende, de Minas e Energia).
Lula entrou no sobradão, sóbrio e discreto como todos os prédios públicos da capital, sem falar com os jornalistas.


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