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DIPLOMACIA
Embaixador norte-americano no Brasil pede desculpas ao chanceler brasileiro por expressão 'corrupção endêmica'
EUA mudam relatório com crítica ao Brasil
do Conselho Editorial
Depois de pro
vocar reações
desfavoráveis
entre políticos
brasileiros, o
Departamento
de Estado nor
te-americano
decidiu substituir a expressão
"corrupção endêmica" por ape
nas "corrupção" em um relatório
distribuído a empresas que dese
jam investir no Brasil.
"O autor (do relatório) quis usar
a palavra 'disseminada', sem que
isso implicasse uma ofensa cultu
ral. O termo 'endêmica' será por
tanto retirado do relatório", disse
James Rubin, porta-voz do Depar
tamento de Estado.
Segundo o relatório, o Brasil é o
15º num ranking de países mais
corruptos do mundo elaborado
pela organização não-governa
mental alemã Transparency Inter
national.
"Falando francamente, a cor
rupção é disseminada em Chicago
também, mas os políticos de lá dis
cordariam se fosse dito que a cor
rupção é endêmica em sua cultu
ra", esclareceu Rubin.
Telefonema
O embaixador norte-americano
no Brasil, Melvyn Levitsky, telefo
nou ontem, no final da tarde, para
o chanceler brasileiro, Luiz Felipe
Lampreia, para desculpar-se pelo
relatório em que o Brasil é citado.
O embaixador informou a Lam
preia que seu governo estaria emi
tindo comunicado para se retratar
e para dizer que o relatório "não
reflete o pensamento do governo
dos Estados Unidos".
O relatório foi entregue ao grupo
de empresários norte-americanos
que acompanhará a visita do pre
sidente Bill Clinton ao Brasil, a
partir da próxima semana.
Foi elaborado pelo Departamen
to de Comércio, como uma espé
cie de guia sobre como fazer negó
cios no Brasil. Mencionava um ex
celente potencial de negócios no
Brasil, mas ressalvava que a cor
rupção "ainda é endêmica na cul
tura brasileira".
O documento critica o sistema
de representação política, em es
pecial a fragmentação partidária, a
ineficiência do Poder Judiciário e a
falta de disciplina e coesão ideoló
gica entre os partidos da base go
vernista no Congresso.
Aponta este último fator como
um problema para a governabili
dade.
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