São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2001

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Jarbas afirma que não vai disputar prévias

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), afirmou ontem que não disputará as prévias do partido para a escolha do candidato à Presidência da República, marcada para o dia 20 de janeiro de 2002.
A decisão do governador ocorreu um dia depois de o governador de Minas Gerais, Itamar Franco, confirmar sua permanência no PMDB. Itamar -que defende o rompimento do partido com a base governista- quer se viabilizar como o pré-candidato à Presidência da ala dos "descontentes" com a atual situação do PMDB.
Segundo Jarbas, disputar as prévias seria contrário à tese que sempre defendeu, de manutenção da coligação, com a escolha de um candidato único entre os aliados. Jarbas condicionava pré-candidatura a uma unidade dos partidos (PSDB, PMDB e PFL) que compõem, hoje, a base de apoio a FHC. O governador criticou a falta de entendimento no PMDB, que está dividido entre o apoio ou não ao governo federal. "Pelos indícios que tenho, vai se dar o partido a Itamar", disse ele.
Jarbas não aceita que a escolha de apoiar ou não o governo esteja vinculada à disputa interna para a definição do candidato peemedebista à sucessão de FHC.
Para ele, o PMDB ainda tem tempo de procurar um "entendimento" interno e com os aliados.

Itamar
Itamar Franco confirmou anteontem a sua permanência no PMDB com uma nota enigmática. "Continuo onde estava, o que significará uma profunda alteração na minha conduta a partir de agora", diz a nota sem entrar em detalhes. Até o último momento do prazo que tinha para trocar de partido, ele manteve o suspense se trocaria de legenda.
Suas idas e vindas e a difícil relação que mantém com a cúpula do partido fizeram com que ele ficasse de fora do programa nacional de TV da legenda, com duração de 20 minutos, que irá ao ar na próxima quinta-feira.
Na semana passada, Itamar recusou o texto levado a ele pelo marqueteiro Edson Barbosa. Disse que queriam transformá-lo em "menino de recados" da prévia.

Serra
Um dia após o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), admitir que já trabalha para viabilizar sua candidatura à Presidência da República, o ministro da Saúde e também presidenciável tucano, José Serra, afirmou que é candidato a, "no mínimo", uma vaga no Senado.
"O cargo ainda não sei, vou ver no ano que vem, mas disputarei [a eleição", com toda a certeza", declarou ontem o ministro, em Cabo de Santo Agostinho, município da Grande Recife escolhido para o lançamento do programa Bolsa-Alimentação em Pernambuco. Em seu discurso, Serra declarou que os programas de saúde que lançava não tinham "cor partidária" e que, no governo, tinha militância bipartidária. Em seguida, ergueu uma criança e beijou sua testa em frente aos fotógrafos.
A platéia, formada por cerca de 500 pessoas, aplaudiu.


Colaborou a Agência Folha, em Pernambuco



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