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Procuradoria decide ser ré em ação sobre FAT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O procurador-geral de Mato
Grosso do Sul, Wilson Loubet, decidiu incluir o Estado como réu na
ação civil pública que o Ministério
Público Federal propôs por utilização irregular de verbas do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador), nos anos de 97 e 98. Na época, o Estado era governado por
Wilson Martins (PMDB).
A decisão causou estranheza
porque, em nenhuma parte da
ação, o Estado aparece como réu.
São citados apenas três conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), dois ex-secretários do
governo anterior e quatro servidores públicos. Os conselheiros
permanecem no TCE na gestão
do atual governador, Zeca do PT.
Os nove são acusados de improbidade administrativa na utilização de R$ 402.548,80 do FAT. A
verba, vinda da União, destinava-se a cursos de qualificação.
O procurador Sílvio Amorim,
autor da ação, disse que não incluiu o Estado como réu, mas apenas o notificou, obedecendo à Lei
de Improbidade Administrativa.
O Estado teria três opções: permanecer neutro, entrar como réu
ou ficar ao lado da acusação.
Se a ação resultar em condenação, o Estado, como réu, terá necessariamente que restituir a
União junto com os outros réus.
Loubet, que é primo de Vander
Loubet (presidente do Diretório
Estadual do PT e sobrinho do governador), afirmou que, na sua
interpretação, o Estado foi citado
como réu. Ele disse que não vai
defender ex-secretários nem conselheiros, só o Estado. Para ele, se
as pessoas acusadas forem condenadas, isso trará reflexos para o
Estado, que pode pagar a conta.
Entre as diversas irregularidades apontadas pela ação civil pública estão a falta de licitação na
aquisição de bens e serviços,
transferência de dinheiro da
União para contas particulares e o
pagamento de uma comissão de
10% a dois funcionários do TCE.
Em outra ação envolvendo irregularidades do FAT na administração anterior, mas sem acusação aos conselheiros do TCE, a
Procuradoria se manteve neutra.
(FABIANO MAISONNAVE)
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