São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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Vistoria de Alckmin vira ato eleitoral

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Correligionários de Geraldo Alckmin (PSDB) transformaram ontem, pela primeira vez nesta campanha, um compromisso do governador de São Paulo em um evento eleitoral.
Em mais uma vistoria a obras do Estado, dessa vez em Sorocaba, tradicional reduto tucano, Alckmin se encontrou com líderes políticos, fez promessas e divulgou ações de seu governo.
Enquanto o governador dava entrevistas e conversava com os líderes regionais, panfletos da Juventude PSDB de Itapeva, pedindo votos para Alckmin e para o presidenciável José Serra (PSDB), eram distribuídos entre as cerca de 200 pessoas presentes.
Há cerca de uma semana, em atitude semelhante, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), pediu votos para seu partido ao inaugurar um viaduto.
O governador foi a Sorocaba vistoriar as obras de interligação das rodovias Senador José Ermírio de Moraes e Raposo Tavares.
A previsão de inauguração da obra é junho do ano que vem. O ponto visitado ontem por Alckmin não tem asfalto e a conclusão da interligação ainda depende de um trecho a ser desapropriado.
"Vim exatamente para cobrar que ande mais depressa", disse Alckmin. O governador chegou ao local por volta das 11h30 no helicóptero do Estado. Caminhou cerca de 20 metros entre o ponto de apoio montado pela concessionária responsável pela obra e um viaduto. Em seguida, retornou para falar com os jornalistas.
No total, a vistoria durou menos de 15 minutos. Ao dar entrevista para uma rádio local, o governador fez um balanço da ação do Estado na região e promessas para um eventual novo governo.
Dois deputados eleitos pelo PSDB -um estadual, outro federal- participaram do ato. Um deles levou uma perua com adesivos de sua campanha.
Desde a última segunda-feira, o governador vistoriou pelo menos três obras que ainda estão em andamento, entre elas o Rodoanel Mário Covas, que tem inauguração marcada para amanhã.
Alckmin está impedido pela lei de participar de inaugurações. "É uma pena. Acho injusto", disse ele. O governo informou que não vê irregularidades no evento e que Alckmin orientou os correligionários a não distribuírem material de campanha.
Alckmin recebeu ontem o apoio do PTB paulista e de parte da Força Sindical. Hoje, o PPS também deve aderir à campanha do tucano. Ambos já haviam decidido apoiar Alckmin no ano passado, mas tiveram que recuar devido à verticalização das coligações e lançaram Antonio Cabrera.


Colaboraram JULIA DUAILIBI e LIEGE ALBUQUERQUE, da Reportagem Local

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