São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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MATO GROSSO DO SUL

Partidos entram em desacordo com decisão nacional de apoio ao PT e declaram aliança com Marisa

PPS e PDT racham para apoiar tucana

FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Em desacordo com a decisão nacional de apoio ao PT, o PPS e parte do PDT de Mato Grosso do Sul, que inclui o vice-governador e candidato derrotado Moacir Kohl (PDT), declararam ontem apoio à candidatura de Marisa Serrano (PSDB), 55.
Ela disputa o segundo turno com o governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, 52. Tanto o PPS quanto o PDT do Estado apóiam nacionalmente o presidenciável Lula.
"Chegamos ao final de cabeças erguidas e mãos muito limpas, o que nos permite a manifestar o meu apoio pessoal e de parte significativa do PDT à sua candidatura", declarou Kohl na coletiva.
Além de Marisa, estavam presentes o prefeito de Campo Grande, André Puccinelli (PMDB), a presidente regional do PPS, Luiza Ribeiro e lideranças regionais dos partidos da Frente Trabalhista.
A decisão é mais um revés na campanha de reeleição de Zeca do PT. Depois da expectativa frustrada de vencer ainda no primeiro turno, os petistas disputavam com o PSDB o apoio da Frente Trabalhista, que no Mato Grosso do Sul excluiu o PTB.
Terceiro mais votado, com 5,25% dos votos válidos, Kohl se candidatou pouco depois que o PT rompeu uma "aliança branca" que mantinha com PDT e PPS.
A avaliação é que, se Kohl não tivesse se candidatado, o petista teria vencido a eleição no primeiro turno. Zeca obteve 48,33% dos votos válidos, seguido de perto por Marisa, com 42,41%.
A decisão de Kohl deve acirrar o racha no PDT estadual, já que parte do partido apoiou Zeca no primeiro turno. Mas Kohl disse que "a executiva do PDT nos liberou para tomar nosso caminho".
Embora em escala menor, o PPS também teve problemas no primeiro turno, quando dois prefeitos do partido deram apoio a Zeca no primeiro turno. O caso está sendo analisado por uma comissão do PPS, que oficializaria ontem à noite o apoio a Marisa.
Para o coordenador da campanha, Ronaldo Franco, a decisão de Kohl não surpreendeu, por causa da "radicalidade" que ocorreu durante o primeiro turno. Ele disse que o PT dá como certo o apoio supostamente oficial PDT hoje.
Franco disse que a estratégia agora será "nacionalizar a eleição". "Será o 13 contra o 45."


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