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ROLO TRIBUTÁRIO
Em exposição na CCJ do Senado, ministro da Fazenda defende importância de unificar regras do ICMS
Palocci endossa posição de Estados na reforma
GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) defendeu ontem o
projeto original do governo de reforma tributária e condicionou
mudanças defendidas pelo Senado à concordância dos governadores -que já rejeitaram publicamente boa parte das propostas.
Em exposição na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado,
Palocci dedicou atenção especial à
principal inovação prevista pela
reforma, a unificação da legislação do ICMS (Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Serviços), maior fonte de receita de
Estados e municípios. Palocci começou a sabatina às 10h30 e terminou às 19h20, com um intervalo das 13h30 às 16h.
"A unificação atinge apenas
parte do problema, mas é uma
parte muito importante", disse
Palocci. Pela medida, as 27 legislações atuais (uma em cada Estado
e no Distrito Federal) serão substituídas por uma só. Se alteradas
pelo Senado, as regras do ICMS
voltam à Câmara, dificultando
sua aprovação neste ano.
A posição de Palocci é coerente
com o recuo ensaiado desde anteontem pelo Senado, que passou
a admitir a possibilidade de promover poucas alterações no texto
aprovado pela Câmara.
O recuo pode começar pela
principal proposta dos senadores:
a separação entre o IPI, federal, e
o ICMS, pela qual o primeiro tributaria apenas combustíveis, cigarros e bebidas, ficando os demais produtos para o segundo. Os
governadores não querem abrir
mão do ICMS sobre os combustíveis, que responde por cerca de
20% da arrecadação do tributo.
Palocci elogiou a regra, que, disse, traria um "ganho brutal" para
a economia e poderia ser executada com facilidade. Mas ressalvou:
"Não é uma questão que deva ser
levada a um nível de conflito com
os Estados". O ministro foi reticente em relação à idéia do Senado de trocar o repasse de 25% da
receita da Cide aos Estados e municípios por uma gestão compartilhada dos recursos: "Eu me atenho àquilo que conversamos com
os governadores" -ou seja, o
acordo para repasse de verbas.
"Deus é brasileiro"
Ao comentar outra proposta
dos senadores, a criação de um
mecanismo determinando a queda da carga tributária quando for
reduzida a relação entre a dívida
pública e o Produto Interno Bruto, Palocci beirou o sarcasmo.
"Considerando que Deus é brasileiro, podemos ter mecanismo de
viés de baixa -mas também de
viés de alta, se a relação [entre dívida e PIB] aumentar."
Consultado pelo relator da reforma no Senado, Romero Jucá
(PMDB-RR), sobre a possibilidade de elevar o Fundo de Participação dos Municípios, foi enfático:
"Não vejo como aumentar o FPM
sem aumentar a carga tributária".
Das mudanças defendidas pelo
Senado, a que mereceu maior incentivo do ministro foi a substituição do Fundo de Desenvolvimento Regional por um percentual mínimo de investimentos federais nas regiões pobres.
Colaborou SÍLVIA MUGNATO, da
Sucursal de Brasília
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